sábado, 27 de novembro de 2010

Permacultura em Portugal


Transição & Permacultura em Portugal from Luis Amaral on Vimeo.

Que bom ver tantas pessoas envolvidas numa mudança para um viver mais responsável e sustentável em Portugal. Este video fez-me muito feliz :-D

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Directamente da boca do príncipe


"Let me just point out what sustainable farming is not. It is not dependent upon the use of chemical pesticides, fungicides and insectides. Sustainable farming does not rely upon artificial fertilisers and growth promoters, nor the prophilactic use of antibiotics. It does not create vast monocultures and treat animals like machines by using industrial rearing systems. It does not drink the earth dry, deplete the soil or drown streams in oxygen-sucking run-off. "On the contrary, sustainable farming maintains the resilience of the entire ecosystem by encouraging a rich level of biodiversity in the soil, in its water supply and in the wildlife: the birds, insects and bees that maintain the health of the whole system."

O Príncipe Charles no seu melhor para ler no jornal Guardian

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Remember, remember...

...the fifth of November.

"Words will always retain their power. Words offer the means to meaning and, for those who will listen, the enunciation of truth. And the truth is there is something terribly wrong with this country, isn't there? Cruelty and injustice, intolerance and oppression. And where once you had the freedom to object to think and speak as you saw fit, you now have censors and systems of Surveillance coercing your conformity and soliciting submission. How did this happen? Who's to blame? Certainly there are those who are more responsible than others and they will be held accountable. But again, truth be told, if you're looking for the guilty you need only look into a mirror.

I know why you did it. I know you were afraid. Who wouldn't be? War, terror, disease. There were a myriad of problems which conspired to corrupt your reason and rob you of your common sense. Fear got the best of you..."

Discurso muito actual retirado do filme V for Vendetta.





Quem nunca viu, está na hora de ver. Porque... está na hora.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Buraco na Alemanha

Depois de Guatemala, chega a vez da Alemanha. Esta segunda feira na cidade de Schmalkalden, por volta das 3h da manhã, abriu-se uma cratera de 30 metros de diâmetro e 20 de profundidade (ou seja, muito mais pequena que a de Guatemala). Felizmente a única coisa que engoliu foi um carro. As causas ainda estão por apurar, mas desconfio que aqui o subsolo não seja de origem vulcânica.



Noticia e fotos no Spiegel International

domingo, 24 de outubro de 2010

Star Suckers - Documentário da Semana #4

Celebridades são máquinas de fazer dinheiro. Como não tenho televisão e a única revista que compro é a National Geographic, nunca sei quem são as pessoas de que me falam os amigos em Portugal. Não sei quem são, não quero saber, e fico pasmada com o interesse na vida de pessoas que não conhecemos, nunca vimos e ...who cares? Eu sei, sou eu que sou estranha. Mas, a mim, parecem-me os outros estranhos. Nisso, sou como toda a gente. A Ana-Maria-Belmiro-whatever casou com o Mario-beltrano-sicrano e tiveram agora um bebé... até aqui ainda me interesso. Fico a pensar ingenuamente que isto são pessoas ali da rua, ou da escola, ou quiçá alguém da minha vida passada (tenho péssima memória para nomes). Quem são esses? Ah, ela entra na novela da TVI e ele é aquele apresentador, bla bla bla. A minha cara de espanto faz apenas transparecer uma leve incógnita na cara de quem me explica a historia, interrompida com um "não sei quem são, e não tenho interesse em saber" simpático (sorriso e tudo) da minha parte. A verdade é que podia estar numa festa rodeada das chamadas celebridades e, tirando os políticos mais importantes (leio noticias), não saberia quem são. É tão bom ser assim, viver num mundo de gente igual a toda a gente, em que a diferença acontece apenas no contacto humano. Uma vida sem cultos é muito mais feliz - lema do dia. Outra verdade é que já me basta controlar o meu ego, este bichinho com um apetite voraz por reconhecimento, que tem como única meta ser obeso de vaidade, quanto mais lidar com o ego dos outros. Uma vida mentalmente saudável recomenda-se.


O documentário "Star Suckers" é excelente para demonstrar o que penso sobre todo o culto das celebridades. De uma forma divertida mostra-nos os vários passos na fabricação e manipulação das celebridades. Faz uso de câmeras escondidas que irritou muitas pessoas influentes da industria mediática. Desde exploração infantil à utilização da caridade para extorquir dinheiro aos  crédulos ingénuos, seguidores das celebridades, a quantidade de informação neste filme faz dele um dos melhores documentários dos últimos tempos que não vai passar na televisão. Acho que a frase...

"When the media makes a star - they make you the sucker"

... diz tudo.
Trailer:




Sobre o documentário: http://www.starsuckersmovie.com/about-the-film/




Ver o filme online (inglês) aqui.


Vale a pena :)

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Temos uma situação

que tem de acabar.



antes tínhamos falado deste projecto, dêem uma olhada no site, porque esta é capaz de ser uma das melhores ideias, para provocar real mudança, dos últimos tempos. O que se faz é trazer poder de escolha a quem não o tem. Há pouco vi um documentário sobre as mulheres em Camarões, África, que passam o peito a ferro para passarem despercebidas mais tempo e poderem continuar na escola, protegendo-se assim de potenciais violadores e ataques sexuais. As avós e as mães passam a ferro o peito de meninas de 12 anos, porque na cabeça delas as protegem. Ferro quente! O doloroso processo diário abranda o desenvolvimento do peito e por vezes bloqueia esse desenvolvimento permanentemente. Elas cerram os dentes e choram, mas aceitam, porque a tortura é feita por pessoas que as amam. No fundo, não vêem escolha. Com o aparecimento do peito, as crianças ficam sujeitas a todo o tipo de molestações e abordagens sexuais e, frequentemente, engravidam ainda muito jovens. E é isto que tem de mudar. A escolha tem que existir. 

Noticia sobre a táctica de passar a ferro o peito, aqui.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Invader


*fotos minhas
O artista de rua francês Invader conquista aos poucos as cidades com os seus invasores da raça mosaico. A invasão teve inicio em Paris, nos meados do anos 90, e, desde então, já se espalhou por, pelo menos, 39 cidades. Reparei nos invasores, pela primeira vez, em Amesterdão debaixo de uma ponte. Desde então ando sempre atenta aos invasores, que aparecem inesperadamente. O outro dia estava a tomar café com um amigo e, de repente, mesmo acima da cabeça dele, surgiu um invasor. Ele ficou um pouco atarantado, mas eu ganhei o dia. Já os vi também na Áustria e na Alemanha, mas pelos vistos o Invader esqueceu-se de Lisboa. Aqui vai o meu apelo pessoal: Dear Invader please invade Lisbon!!! And please will you drop me a note when you do so? Obrigada :-)

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

some stunning music videos for inspiration


Moderat are an indie electronic band based in Berlin. Below we share a brilliant mesmerizing video by the Pfadfinderei studio for their track "Rusty Nails". The motion, postures and textures are so dreamlike, enjoy:



The next video was recently released for Baths' "Lovely Bloodflow" (directed by Alex Takacs and Joe Nanikn of Young Replicant) and we recommend it for its cinematic beauty. It depicts the last minutes in the life of an injured samurai, whose dying moments are prolonged by two fascinating spirits of the forest (yokai), who take him to meet the main forest spirit. This one will finally put an end to his agony in exchange of his soul.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

"I wet my bed": variações na liberdade de expressão


Example:
5 Year Old: “I wet my bed.”
Everyone: “Awww!”
25 Year Old: “I wet my bed.”
Everyone: “Dude, that’s gross. What’s wrong with you?”
85 Year Old: “I wet my bed.”
Everyone: “Awww!”

In Doghouse Diaries

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

A inteligência está a perder terreno

"Pensa que, para além de não haver muitos leitores, a leitura está a perder terreno neste momento?

O que está a perder terreno é a inteligência. Estamos a tornar-nos mais estúpidos porque vivemos numa sociedade na qual temos de ser consumidores para que essa sociedade sobreviva. E para ser consumidor, é preciso ser estúpido, porque uma pessoa inteligente nunca gastaria 300 euros num par de calças de ganga rasgadas. É preciso ser mesmo estúpido para isso.

Essa educação da estupidez faz-se desde muito cedo, desde o jardim de infância. É preciso um esforço muito grande para diluir a inteligência das crianças, mas estamos a fazê-lo muito bem. Estamos a conseguir destruir aos poucos os sistemas educativos, éticos e morais, o valor do acto intelectual."

Há pessoas que sabem escolher as palavras certas para aquilo que pensamos.

Leiam o resto da entrevista a Alberto Manguel no site da Ípsilon.

Gracas à Woman Once a Bird do blog Um Blogue que Seja Seu.

No Inferno todos vestem roupas brancas

"Ainda não amanheceu, estamos diante da chuva e do frio do inverno gaúcho à espera do ônibus que irá nos guiar até um dos maiores matadouros do RS. Somos estudantes de medicina veterinária, cursando uma disciplina obrigatória de inspeção de produtos de origem animal. A maioria de nós encontra-se eufórica, à espera dos ‘momentos emocionantes’ do dia. Eu estou em um canto, sendo observada de perto pela professora e o coordenador do curso, que ao saberem que sou vegana e ativista, temem que eu tenha um colapso na linha de matança.
Entramos no ônibus e seguimos viagem. No caminho, a sensação de que as cenas que eu teria que presenciar não seriam diferentes daquelas filmadas clandestinamente em matadouros ao redor do mundo, e ao mesmo tempo o sentimento inequívoco de que estaria prestes a presenciar uma série de crimes considerados ‘necessários’ pela humanidade.
(...)

Somos levados até os currais onde podemos ver os suínos vivos serem empurrados para o escorregador. Eles estão em pânico, uns sobem sobre os outros, enquanto nos olham fixamente nos olhos com a real expressão do horror. Os gritos tornam-se cada vez mais altos e o funcionário os empurra com o bastão de choques. Mais atrás está outro funcionário com uma espécie de relho feito de sacos plásticos, e o desfere contra o lombo dos animais para estes andarem na direção da matança. O veterinário nos explica que o relho é feito deste material para não machucar os animais. Isto constituiria crueldade, algo condenável pelo ‘bem-estar animal’, valor muito importante dentro da empresa, e que poderia acarretar em lesões cutâneas, afetando negativamente o valor da carcaça."

Gracas ao blog Montão de Coisas

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Tudo por causa da mafia russa

Ouvi "mafia russa" e de repente todos os meus radares profissionais ficaram activos. Tocou o alerta no meu cérebro. Até então, não estava a prestar muita atenção à conversa, para não dizer nenhuma, mas as palavras chave iniciaram a ignição, as luzes acenderam. Como, desculpa, o quê? Que mafia russa? E foi o desenrolar de uma história complicada, com a tal mafia russa, tribunais, contas bancárias, milhares de euros, investigação secreta em Londres, hackers, policia, enfim... um livro. Tudo encaixava, havia respostas para as nossas perguntas. Afinal, coisas incríveis acontecem às pessoas. Como nos filmes. Devias escrever um livro, foi o que lhe disse no final. O meu cérebro sussurrava-me o diagnóstico, e eu dizia o que deve ser dito para manter a normalidade. Ena que história, disse-me uma amiga mais tarde. Sim, que história. Ouço sempre histórias incríveis das pessoas com esquizofrenia, rematei. Nãooooo, não pode ser, respondeu ela. 

Ele foi dos poucos que se disponibilizou a ajudar. É bom rapaz. É até ingénuo. Lutei para me abstrair de diagnósticos. Ele é uma boa pessoa. Mais tarde queríamos celebrar a mudança de casa (aqui as mudanças fazem parte da vida) com jantar e saida. Sentámo-nos todos no restaurante e fizemos os nossos pedidos, estávamos esfomeados. Ele tinha ido a casa tomar duche. Fuma muito, logo transpira muito. Passado um tempo, já estávamos a comer, aparece ele. Vestiu a roupa que acha que lhe fica bem, cabelo penteado, cheiroso. Senta-se connosco. Fala muito, escuta pouco. Um discurso saltitante. Cheque. Que coisas extraordinárias lhe saem da boca. Gosta de ilustrar o que diz, com fotos que guarda no seu iPhone. Tem fotos de tudo. Fomos a uma festa zombie, conta, e mostra-me as fotos da festa. Tenho duas gatas, mãe e filha. Mostra-me as fotos (e vídeos) das gatas. Vai contando as histórias. Controlo-me para não fazer os irritantes cheques na minha cabeça. A noite continua. Mais coisas extraordinárias, negócios de pedras preciosas, contactos com o governo búlgaro. Cheque. Finalmente, ele explica contente que gostava de falar comigo. Pois, eu sei, tenho cara daquilo que sou. Além disso, não consigo evitar investigar, está-me no cérebro. Dou atenção ao que me parece um caso de investigação, porque tenho os radares ligados desde as palavras chave. Não hesita. Não filtra, não inibe, não esconde. Cheque. Conta tudo. Comprimidos, drogas, psicólogos, psiquiatras. Vozes. Cheque mate. 

Vozes? Sim. Espero não te ter assustado. Não, não me assustas. Desde quando? Desde os 13 anos de idade. Pois, encaixa. Posso telefonar-te para falarmos às vezes? Oh céus...tudo me passa pela cabeça. Recusar como? Mais difícil ainda ... porquê? Eu, que na minha profissão trabalho contra a discriminação, que sei o quão importante é eles terem amigos, terem amor na vida, terem apoio. Que sei que a depressão varre vidas sensíveis devido ao isolamento e preconceito. A solidão. Uma mão amiga poderia ter salvo esta vida, lembrei-me. Eu, que já conheci várias pessoas com esquizofrenia abusadas pelos outros. Que sei que o que vem nos jornais não é a realidade clínica. A prova dos nove à minha frente, a sorrir esperançoso. Não dentro das paredes de um hospital, mas num bar, entre amigos. Alguém que nos ajudou tanto, mais do que um dia. Mais houvesse, mais ajudava. Os outros, os "saudáveis", lá iam fazer um jeitinho, se desse, entre as 14h32 e as 16h10 (pena, já tenho coisas combinadas). Alguém que alegremente quer ajudar. Mesmo depois de uma noite de festa e três horas de sono. Alguém que tem opiniões sensatas sobre a sociedade, as pessoas, a politica. Inteligente (um autêntico geek). Artista, músico. Sei que me vai telefonar. Sei que o vou escutar. Toma comprimidos para a vida. Ouve vozes, so what? Eu, por exemplo, já não sei escrever português e tenho que utilizar expressões inglesas. Há quem ache isso estranho. Já para não falar nas luzes que claramente visualizo na minha cabeça quando se acendem os alertas. Está bem, respondi. Sou amiga de um esquizofrenico.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

A Estrela Monstro



Imagem do Guardian

Recentemente, cientistas da Universidade de Sheffield descobriram a estrela R136a1 no agrupamento estelar RMC 136a, na nebulosa da Tarântula, que pertence à Grande nuvem de Magalhães, localizada na constelação de Peixe-Espada. R136a1 possui um brilho 10 milhões de vezes mais luminoso do que o nosso lindo sol e seria, no seu inicio, 320 vezes maior. É a maior estrela descoberta até hoje. Chamam-lhe a Estrela Monstro. Irá brilhar intensamente durante um curto período de tempo, até explodir como supernova e espalhar materiais pesados (como o ferro) pelo Universo.

Mais informação em BBC News

Video reportagem do Daily Mail

Apresento-vos Cidinha Campos

Pelo riso cinico dos deputados, vejo grandes semelhanças entre os politicos portugueses e os brasileiros. Falta-nos uma Cidinha Campos.





Reportagem da RTP1:

Na célula

Mesmo parados, a vida não pára.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Madeira oficialmente livre de OGM

"A Assembleia Legislativa aprovou hoje por unanimidade o decreto legislativo regional que “declara a Região Autónoma da Madeira zona livre de cultivo de variedades de Organismos Geneticamente Modificados (OGM)”.
“É proibida a introdução de material de propagação, vegetativo ou seminal, que contenha organismos geneticamente modificados no território da Região Autónoma da Madeira, assim como a sua utilização na agricultura”, estabelece o diploma.
“Constitui contra-ordenação punível com coima cujo montante é de 250,00 euros e máximo de 3.740,00 euros ou mínimo de 2.500,00 euros e máximo de 44.800,00 euros, consoante o agente seja pessoa singular ou coletiva”, fixa o decreto legislativo regional.
A Assembleia Legislativa aprovou hoje, em segunda deliberação, o diploma porque o primeiro, aprovado a 14 de Fevereiro, fora devolvido à Assembleia Legislativa para reapreciação pelo Representante da República.

Segundo o Representante da República, o diploma então aprovado contrariava a “primazia do Direito Comunitário sobre os Direitos Nacionais” designadamente a exigência da “comunicação prévia à Comissão Europeia de qualquer projeto legislativo respeitante a regras técnicas, desde logo, quando nele se pretendem introduzir regras de cariz inovatório”.
O deputado do PSD-M, Vicente Pestana, adiantou no plenário que a “situação de incumprimento da legalidade comunitária” tinha sido ultrapassada porque a 3 de Abril o Governo Regional notificou a Comissão Europeia das razões pelas quais tornava a Região uma zona livre de OGM e que Comissão, ao não se pronunciar até 4 de maio, acabou por deferir, tacitamente, o diploma.
“A extrema riqueza genética vegetal (não só em termos de espécies ornamentais e florestais, como, igualmente, em termos de variedades de espécies agronómicas) da Região, cujo valor científico e económico é incontornável, aconselha, tendo por base o princípio da precaução, a não introdução de material com OGM”, explica o diploma no seu preâmbulo."

Notícia de última hora do Jornal da Madeira

domingo, 25 de julho de 2010

A Lua Em Ti - Documentário da Semana #3

Vamos abordar um tema de que não se fala. O período. Um fenómeno biológico normal. Porque não se fala na menstruação? Não sei. Dá-se o nome de Benfica, altura do mês, visita, tudo como um segredo. Chiuuu.

Por acaso, eu falo bastantes vezes nele, porque sofro dores muito fortes, talvez genético, uma herança que dispensava. Ninguém me sabe explicar o porquê das dores. Há uns anos frequentei aulas de dança do ventre e não me lembro se as dores diminuíram ou não. Depois de ver este documentário, vou iniciá-las outra vez. Aquilo até era giro e parece que tenho jeito. O que não é difícil na Alemanha (he he he...sério). Também tenho investigado relatos de pessoas que dizem ter diminuido as dores através de outros métodos, como nutrição, certo tipo de exercícios, etc. Vou experimentando até encontrar a solução. Se algo resultar, digo-vos, nem que a solução seja fazer o pino vestida de verde a cada terceira lua nova (já que tenho uma lua em mim), porque estas coisas são para partilhar.

Este é um documentário para todos. Chhiuu. Sobre aquilo que ninguém fala.

Trailer em espanhol:
La luna en ti from Yorokobu on Vimeo.

Resumo em inglês: "Like many other women, Diana has been suffering from problematic periods for years. With every new cycle, the same question arises: “Why the pain and annoyance if I am healthy?” Her initial innocent curiosity sparks off an emotional voyage to the very roots of femininity and life. "The Moon Inside You" is a fresh look at a taboo that defines the political and social reality of both women and men in a more profound way than society might be willing to admit. Facing the menstrual etiquette with doses of humour and self-irony, the documentary approaches the subject through both personal and collective references, thus challenging our preconceived idea of womanhood."

Documentário "The Moon Inside You" completo, com legendas em inglês:

Mais informações sobre o documentário aqui.

Chhhiuu...

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Um vislumbre do futuro

Tan Le apresenta-nos a sua impressionante tecnologia: um interface para a cabeça que "lê" as ondas cerebrais e que através de um feedback neuronal nos permite manipular certos objectos e movimentos. A não perder. Absolutamente. 

They shoot horses don't they


Yes, they do...

Stephan Balleux, extaordinário.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Quintas na janela e divagações de uma aprendiz de jardinagem urbana

Viver em cidades, em apartamentos de rendas altas, de tamanho reduzido, tem as suas desvantagens para quem, como eu, tenta praticar um pouco de agricultura urbana. Falta espaço, condições climatéricas, são necessários uma série de requisitos que nos faz suspirar por um quintal ou um jardim. No entanto, que não se pense que é demasiado complicado, porque não é. Tem que se ter o básico (vasos, terra, plantas, água, luz) e muito amor no coração (ha ha ha). É muito bom quando pessoas inteligentes arranjam soluções para os coitados dos citadinos. O projecto Nova Iorquino Windowfarms baseia-se numa excelente ideia para aproveitar ao máximo a luz e o espaço que se tem num apartamento de cidade. Também uma boa ideia para implementar nas aulas de trabalhos manuais nas escolas e assim contribuir para que as criancas se envolvam na plantação e produção da própria comida (mais fresca, logo mais saudável). Ainda não pus mãos à obra, mas assim que possa lá irei em busca dos materiais necessários e dedicar-me à bricolage. Como tento reduzir ao máximo o desperdício de plástico, não tenho garrafas de plástico. Melhor ainda, pois alguém me irá fornecer as ditas e como tal, contribuir para redução da poluição plástica (o plástico, além de ser feito com petróleo – não se vão libertar dele tão cedo -, é dos materiais mais prejudiciais ao planeta). Ainda não sei o que plantar nessas quintas-de-janela, mas comprei umas sementes de uma série de plantas comestiveis que estavam em desconto no supermercado biológico. Vão ter que ser essas. Também insisto em plantar abacates, apesar de saber que muito dificilmente irão dar fruto (missão realmente impossível), mas que fazer com tantas sementes de abacate? Já dei algumas a família, amigos e eles espalharam que faço colecção. Podem vir buscar sempre que quiserem. Curiosamente, rebentam e crescem e fazem plantas bonitinhas, mas frutos que é bom, nadinha. Sem plantar a semente na terra é só mesmo colecção (acho que no próximo dia de jardinagem de guerrilha levo algumas sementes de abacate). Uma ideia muito didáctica também para crianças como podem ver aqui, ajudando-as a compreender os ciclos de nascimento e desenvolvimento na natureza. Já o meu morangueiro de quatro folhas (ok, é capaz de ter mais umas duas folhinhas, afinal custou 50 cêntimos no mercado) deu dois morangos!!! Não sabia que tal era possível. Deve ser o tal amor (ícon de bonequinho a piscar o olho - li algures que não fica bem pôr essas coisas em textos de blogs). Enfim, gosto muito disto. 

Abaixo poderão ver alguns vídeos sobre o projecto Windowfarms
 

Aqui as instruções de como construir uma quinta-de-janela. 

Abaixo, como plantar sementes de abacate:

segunda-feira, 12 de julho de 2010

A minha rua

Os prédios não têm mais do que 4/5 andares e possuem jardins ou pátios interiores com árvores, para uso de todos os habitantes do prédio (um costume antigo que em Portugal, tem sido substituido por mais betão e vista para o prédio em frente). Não existem marquises, as casas com varanda são as mais procuradas e quem as tem, não as quer fechadas (apesar da quantidade abundante de chuva ao ano).

A rua em si começa com uma loja de surf que vende a minha marca preferida de roupa, seguida de duas preciosas livrarias de livros antigos. A seguir uma agência de viagens para destinos e percursos de aventura, depois um restaurante vegetariano, mais uma livraria, um jardim com dois espaços para as crianças brincarem (um para bébés, outro para mais graudos) e um espaço para jogar futebol, dois cafés com wireless, um deles serve o melhor prato de couscous que já comi. Tem, naturalmente, árvores enormes dos dois lados e pessoas a andar de bicicleta para irem a sítios (e não a irem a sítios para andar de bicicleta). No outro lado da rua, os donos do restaurante da esquina mantêm no passeio um prato com água para os cães dos clientes (muito comum por aqui), tem feito um calor a rondar os 35 graus. Os cães são permitidos em todos os parques e na maioria dos restaurantes e cafés. Estão também autorizados a viajar com os donos nos metros e nos autocarros. Todas as árvores (todas!) têm uma casinha de madeira para pássaros, colocadas pelos moradores da rua. Todos os espaços com terra em redor das árvores encontram-se cultivados com flores pelos moradores da rua. Os restaurantes não vegetarianos têm opções vegetarianas.

Na rua transversal, além de três supermercados normais, existem dois supermercados biológicos, um asiático e um turco. A 200 metros da minha casa encontra-se uma padaria biológica.

Aos Sábados, num parque para carros na rua à esquerda, organiza-se uma feira de artigos usados, em que se paga uma pequena quantia para vender aquilo que se tem a mais em casa.

Apenas mais uma rua comum numa cidade alemã.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Quando as imagens valem mil pensamentos

Andei pela minha cidade alemã preferida - Berlim - e fiquei alojada em frente a estas obras estimulantes de pensamento critico (sim sim), dignas de serem vistas ao vivo. Pertencem a Blu, um artista grafite italiano muito dentro de temas sócio-políticos.


*Imagens minhas

Depois li que Blu estava a pintar em Lisboa. A pintura de Lisboa é mais directa, não leva a interpretações diversas. Quer dizer o que diz. Nem imaginam o quanto estou em pulgas para vê-la ao vivo.


Imagem do site Crono

Blu é também conhecido pelas suas animações de grafite que são verdadeiramente impressionantes.


MUTO a wall-painted animation by BLU from blu on Vimeo.

Há coisas que me deixam sem palavras (cumprem o objectivo).

Quatro minutos de fama com Isabel Allende



Podem colocar legendas em português carregando onde diz "view subtitles" e escolhendo "portuguese". Vale a pena ver até o fim.

terça-feira, 22 de junho de 2010

O destino das baleias é responsabilidade de todos nós

Imagens do jornal Spiegel

Sabem que neste momento se decide o destino destas criaturas fascinantes? Numa conferência em Marrocos cheia de lobistas e pessoas sem escrúpulos (ler noticias recentes BBC e The Sunday Times). Discute-se se a caça a baleia deverá ser legalizada para os próximos 10 anos. A associação que desde sempre lutou na defesa das baleias marca a sua presença em grande: a Greenpeace. Na página da Greenpeace podem ler tudo sobre a luta contra o comércio e a matança de baleias e ainda fazer o download do processo a ser apresentado pela Greenpeace na conferência internacional de Marrocos. Ajudem a Avaaz a representar a opinião publica ao assinar a petição Baleias: Pressão Final para o fim da caça.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Buraco na Guatemala

Este buraco gigantesco parece uma daquelas brincadeiras que as pessoas reenviam sem verificar a sua veracidade. Neste caso, é verídico. O buraco apareceu no Domingo passado na cidade de Guatemala, depois da tempestade tropical Agatha.
Segundo geólogos a situação é perigosa (não parece nada). Tudo indica que a natureza apenas acelerou um processo já iniciado por acção humana. As causas incluem as caracteristicas de parte do subsolo da área ser de origem vulcânica ainda não solidificada em rocha e a construção urbana feita em cima de solos mal estudados. Adianta-se ainda a possibilidade de ocorrência de rebentamentos no sistema de tubulação e esgotos da cidade devido à chuva intensa.


É curioso verificar que algo parecido já tinha acontecido em 2007, como poderão ler no excelente blog português de geologia Terra que gira. O buraco que se abriu em 2007 tinha 100 metros de profundidade, semelhante ao actual. Na altura os cientistas que analisaram o fenómeno, avisaram o governo da forte probabilidade de buracos semelhantes poderem surgir novamente. O governo, talvez por falta de verba, nunca respondeu ao aviso.

Buraco (Dolina) em Guatemala em 2007

Noticia no Discovery News
Noticia no National Geographic

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Concerto Mozart para micróbios

Anton Stucki, fundador de uma pequena empresa alemã chamada Mundus, foi o maestro da ideia. Se Mozart tem um efeito positivo nas pessoas, então poderá ter um efeito positivo em outros organismos. Foi assim que uma Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) em Treuenbrietzen na Alemanha passou a usar musica de Mozart, na esperança de levar os micróbios que se alimentam de biomassa, a trabalhar mais arduamente. Já com resultados demonstrados na Áustria, em que uma ETAR conseguiu usar Mozart na redução de custos, o método terá que passar o teste na Alemanha.

As ondas sonoras das composições de Mozart, juntamente com a adição de oxigénio, promovem uma melhoria no desempenho dos micro-organismos para quebrar biosolidos. Como resultado, as ETAR podem poupar custos de energia e diminuir significativamente a quantidade de desperdício residual, que é muito dispendioso de tratar.

O processo baseia-se num sistema especial de stereo que reproduz as vibrações e os sons de uma sala de concertos. A renda do sistema custa 400 euros por mês e estima-se uma redução nos custos de vários milhares de euros ao ano.

Nada como ideias giras para nos pôr a ouvir Mozart no trabalho.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Clap Clap Clap

 Discurso de Daniel Cohn-Bendit relativo às "ajudas" económicas fornecidas pela UE à Grecia:

Não tenho uma mente abstracta


Uma das melhores séries de todos os tempos. Épica, criativa, guião como nenhum outro, personagens de impacto memorável, internacional, alimentadora de debates, James ou Jack a eterna dúvida (não só da Kate), os maravilhosos sotaques, a fantasia, o mistério, tudo, tudo. Tudo, tudo que incrivelmente conseguiram estragar com o final: não percebi.
Isso chateia-me um pouco. Porque andava a queixar-me que não sabia o que ver para substituir Lost, que não haveria outra tão interessante outra vez, drama sincero da minha parte. E pronto, afinal não será nada assim, porque séries com maus finais é o que mais há. Até comentei que, pela primeira vez (tirando o Seinfeld) teria que comprar os DVDs da série toda. O que se passou com o "Lost" passa-se também com alguns livros. Podemos estar a ler um livro que julgamos ser uma revelação, uma obra-prima, finalmente algo que vale a pena. Mas depois o fim é um desastre, uma desilusão. E isso estraga toda a impressão que era suposto o livro ter deixado. Quando nos perguntam o que achámos, respondemos mais ou menos, passamos de nota 5 para uma nota 3. Um fenómeno que se deve a um processo cognitivo interessante, relacionado com o funcionamento da memória e que se chama "recency effect" ("efeito recente"?!?). Este processo consiste numa relevância desproporcionada que atribuímos a estímulos recentes, em detrimento de estímulos passados, i.e. os factos mais recentes são retidos na memória de uma forma desproporcional em relação aos anteriores, aumentando em duração e importância. Não tenho culpa, chama-se psicologia.

Como não ter que explicar nada a ninguém e obrigar a aceitar e calar? Com uma palavrinha apenas: religião. Pronto, é assim, foi tudo em sentido figurado, simbólico, cada qual interpreta à sua maneira. Pormenores não interessam, libertem-se dos pormenores e vejam o todo. Blá, blá, blá, somos todos um só e irmãos e vamo-nos abraçar sem fazer perguntas. Quem pensar muito não pertence ao grupo dos que fingem que entenderam o final.

Só tenho mais uma coisa a dizer: vá lá que não foi tudo um sonho!

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Qual será a justificação agora

As forças militares israelitas atacaram uma frota de navios activistas em águas internacionais que transportavam ajuda para a zona de Gaza, matando pelo menos 10 pessoas e ferindo muitas outras. A bordo eram transportados cerca de 10.000 toneladas de material de auxilio, como centenas de casas pré-fabricadas, 500 cadeiras de roda e equipamento médico.

Os activistas incluíam dezenas de políticos europeus (de esquerda) e outras figuras proeminentes como a Nobel da Paz Mairead Corrigan Maguire da Irlanda do Norte.

E agora, qual vai ser a desculpa?



Noticia e fotos aqui, aqui, aqui, aqui (live)

Em português só encontrei ainda a noticia no Público (que de manhã já mostrava a noticia na primeira página online).

domingo, 30 de maio de 2010

Estrela Afegã - Documentário da Semana #2

Já tinha escrito sobre este documentário aqui (onde poderão ler sobre o que trata o doc), mas só agora consegui encontrá-lo online (em inglês). Raras são as vezes que ouvimos falar no Afeganistão sem ser relacionado com guerras. Simplesmente fica longe, num país que cria problemas e que está cheio de fanáticos. É a nossa saída fácil de absorver apenas o que nos dão. Não temos a possibilidade de ver as pessoas,  entender como elas vivem, o que as faz rir, as tradições, os limites, a cultura. Este documentário permite-nos observar o flagelo da guerra, as causas e as memórias marcantes de um povo exausto, mas cheio de esperança e de sonhos. Apesar do longo caminho a percorrer para combater a extrema desigualdade e injustiça, no Afeganistão a vontade é grande, há pessoas com muito valor, existe muito coração, muitas lágrimas e muito riso. No entanto, pouca musica e nenhuma dança. O programa de televisão Os Ídolos veio mudar isso. As reacções foram, por vezes, chocantes para nós europeus. Um documentário impressionante. Aconcheguem-se :-)

Primeira parte no youtube (tinham a série toda, mas esta semana desapareceu):



Podem ver o documentário na integra no megavideo

"Afghan Star" ganhou o prémio de audiência e de direcção do festival Sundance 2009.
Site oficial aqui.

A seguir, para contextualizar a luta dos músicos (principalmente das mulheres) no Afeganistão, podem ver aqui a curta reportagem do Journeyman Pictures sobre Mariam, uma cantora afegã com 19 anos de idade que vive neste momento na Alemanha.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

V

Lembram-se da série "V - A batalha final" original dos anos 80 (acho)? Voltou, mas muito, muito melhor.


quarta-feira, 19 de maio de 2010

Nova abordagem no combate ao cancro

William Li apresenta uma nova abordagem ao tratamento do cancro e outras doenças: a Anti-angiogenesis (anti-angiogênese?), que previne o crescimento dos vasos sanguíneos que alimentam o tumor. O passo mais importante neste processo: comer alimentos anti-cancerígenos que impedem o crescimento de vasos sanguíneos fornecedores do tumor e combatem o cancro usando o seu próprio jogo.

William Li está à frente da Fundação Angiogenese, uma fundação sem fins lucrativos que visa re-conceptualizar a luta contra as doenças de forma global: integrando doentes, médicos e profissionais de saúde através da partilha de conhecimento sobre tratamentos baseados em angiogenese, dietas e estilos de vida.

Muitas das doenças mais devastadoras da nossa sociedade - cancro, doenças cardiovasculares, diabetes, Alzheimer, etc - têm um denominador comum: uma problemática de angiogênese - crescimento de novos vasos capilares (a partir dos já existentes). As complicações de saúde surgem devido a um crescimento excessivo ou insuficiente de vasos capilares. Em conjunto com o cirurgião (de Harvard) Judah Folkman que foi pioneiro no estudo da angiogênese, William Li aprendeu que os tratamentos baseados neste processo ajudam os doentes a curar várias doenças pois reestabelecem o balanço no crescimento de vasos sanguíneos.

Textos originais aqui e aqui

Abaixo poderão ver a sua apresentação no TED:



Reparem no contributo dos animais nesta descoberta. Não através da experimentação animal comum (frequentemente de forma inútil, como lemos aqui), mas experimentando esta nova terapia em animais de estimação e outros que iriam ser eutanizados por terem tumores graves. Isto é o que eu chamo de aproveitamento inteligente e ético-moral de recursos. Verificou-se uma melhoria das suas condições em 60% dos casos (incluindo o caso de sucesso do golfinho Guiness com 20 anos de idade).

Encontram abaixo a lista de substâncias antiangiogenicas apresentadas por William Li e disponível no site do TED:

"Imagine that one medical advancement held the promise to conquer cancer, perhaps within your lifetime … the potential to also end more than 70 of life's most threatening conditions, affecting one billion people worldwide. This is the promise of angiogenesis, the first medical revolution of the 21st century."
William Li

Esperemos que ele tenha razão.

domingo, 16 de maio de 2010

Alimentação SA - Documentário da Semana #1

Seguindo a boa tradição de Jellyfish de publicar uma animação todos os sábados - Saturday Morning Cartoon - vou tentar publicar um documentário todos os Domingos. Isto porque o Domingo à noite é a altura perfeita para nos aconchegarmos no sofá e ver um documentário interessante que nos estimule a mente e nos proporcione conversa de café suficiente para o resto da semana.

Além dos documentários já publicados aqui - imprescindiveis - e o excelente filme Network, vão ter disponível todos os Domingos, um documentário/filme que estimule o raciocínio (pelo menos vou tentar). A partir de hoje temos a rubrica (uh lá lá) Documentário da Semana.

Sempre que possível tentarei arranjar videos com legendas em português. Sempre que possível tentarei arranjar links para se ver o documentário inteiro online, mas haverá documentários em que só o trailer estará disponível e ficarei eternamente agradecida a quem me encontrar o link do vídeo inteiro (sem cooperação não somos abelhas não somos nada).

Conto com a vossa excelente capacidade de critica ao verem seja o que for, isso também inclui documentários.

Para hoje escolhi o documentário Alimentação SA (Food Inc) finalmente com legendas em português graças à querida Plataforma Transgénicos Fora. Já o tinha mencionado há um ano aqui, mas levou um tempo até o conseguir encontrar online com legendas. Este doc demorou três anos a ser feito, ganhou vários prémios e foi nomeado para melhor documentário do Óscar 2010. Como o titulo faz transparecer o filme foca os problemas da actual industrialização alimentar, desde a carne aos vegetais (como milho e soja) e as suas consequências na saúde. Com uma forte campanha de marketing, Food Inc tornou-se num dos mais polémicos documentários da actualidade. Aconcheguem-se :)



Site oficial do filme: "não voltarão a olhar para o jantar da mesma forma"

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Tudo tem um caminho

A minha paixão pelas abelhas começou já tarde, durante uma árdua sessão de estudo da disciplina "Behaviour and Cognition", no segundo semestre do mestrado mais duro que imagino ser possível. Lembro-me exactamente do nascimento da paixão, a horas muito tardias, sentada na secretária virada para a janela. Era Primavera, mas para mim era indiferente, pois só saia do quarto para ir à biblioteca ou ao supermercado. Faltava pouco para o começo do dia. No meio de centenas de paginas para decorar, entender e assimilar, encontrei um assunto que nas aulas me tinha passado despercebido. O comportamento das abelhas. Até recordo a primeira página, com os esquemas da dança-comunicação e do sistema de orientação solar destes pequenos seres. Ao ler sobre o assunto o meu estado de cansaço foi lentamente transformado em agitação interior, fascínio, autêntica admiração e surpresa. Aquilo que lia ultrapassava tudo o que tinha lido pertencente à disciplina até então. E recordo ter olhado para a janela e o dia nascia. Olhei para todo aquele verde, para as flores que livremente cresciam, ainda sem saberem que em breve seriam cortadas rentes, disciplinadamente pelo jardineiro da faculdade, uma rotina de que não gostava nada (mesmo que talvez necessária) e observei a imagem com outros olhos. Tinha encontrado um assunto que me apaixonava. Memorizei tudo relativo às abelhas logo à primeira leitura. Ao contrario de todos os outros assuntos, este foi absorvido pelo meu cérebro, como se tivesse encontrado água no deserto. Falei sobre as abelhas a todos que me rodeavam, desde pessoas que nunca tinham pensado em abelhas (a não ser como associação a vespas e logo incluídas no saco de importunas e perigosas) a pessoas que, como eu, tiveram que as estudar para o mesmo exame. Se aquele exame tivesse sido só sobre abelhas, teria tido a nota máxima. Infelizmente, apenas me valeu uma elaborada resposta, à qual, soube mais tarde, foi cotada com o valor total. Desde então, tenho acumulado alguma informação sobre o comportamento e a vida das abelhas. Durante algum tempo, enquanto necessitava de decidir qual a área a seguir para carreira, informei-me (sonhadora) sobre os poucos laboratórios que estudam as abelhas na Alemanha. Mas a realidade chamou por mim, e acabei por seguir o caminho lógico.

Por vezes, ainda me sai da boca excertos desta paixão, basta a palavra mágica "abelhas". Principalmente se é dita em contexto de repulsa. Não me contenho, metralho um sumário sobre a vida fascinante destes pequenos seres com apenas (aproximadamente) um milhão de neurónios. Tudo dito com os olhos brilhantes da paixão que tento disfarçar, mas que sinto. Faço o possível para que aquela pessoa não volte a olhar para estes pequenos seres de grandes olhos (ocupando a maior parte da cabecinha pequena) e fofinhos como os gatinhos fofinhos (são cobertas de penugem à qual se prende o pólen) da mesma maneira. A partir daquele momento, tenho esperanças que a próxima vez que vejam uma abelha lhes passe pela cabeça parte daquele conhecimento que adquiriram e não a tratem como uma vespa (não tenho nada contra as vespas, embora já tenha sido picada por culpa minha).

Quando li a primeira noticia sobre o dramático colapso das colónias de abelhas, há cerca de 4/5 anos, senti literalmente o coração a partir-se-me (Só nos EUA verificou-se um declínio de mais de 70% das abelhas no ano 2006). Comecei a ler sobre as possíveis causas para tal tragédia. Assim, foram as abelhas que me dirigiram para o actual interesse sobre as plantas geneticamente modificadas. Tudo tem um caminho.

No dia a sequir a ter publicado o post "Jardinagem na cozinha", sentei-me à secretária para trabalhar e quando me ia levantar para ir à cozinha, vi uma mancha escura no chão. Que porcaria é esta, pensei. Aproximei-me para ver melhor e de repente a mancha mexeu-se um pouco. Distingui uma patinha num amontoado escuro de penugem. Era uma abelha. Nunca tinha tido uma abelha em casa. E de repente lembrei-me: as flores do post que publiquei. Tenho plantas de flores na varanda, mas estas plantas do post tenho-as na parte de dentro da janela da cozinha, porque são comestíveis. Lembrei-me de ter visto uma abelha tentar entrar pela janela da cozinha, mas na altura apenas fechei a janela e não fiz a conexão. O bichinho contorcia-se sobre si muito lentamente. Não faço ideia como chegou aos meus pés, pois não a vi voar, não a tinha visto dentro de casa seja onde for. Veio morrer aos meus pés. Não ao pé dos vasos, não ao pé das janelas. Aos meus pés. Não sei quanto tempo esteve ali moribunda. Calculo que de alguma forma tenha entrado pela janela da cozinha, mas depois não tenha conseguido sair. Ainda tentei cuidadosamente (para minha protecção também) levantá-la, mas já não havia nada a fazer. As abelhas são bichinhos extremamente vulneráveis (não sobrevivem a uma noite fora da colmeia). Coloquei-a em cima de um papel e atirei o seu corpo já sem vida pela janela. A seguir pus as plantas com flor na varanda. Para esta abelha isso já não interessava. Menos uma.