terça-feira, 21 de abril de 2009

Em busca de...















Imagem daqui

Beterraba aparte















Imagem daqui


Ai, ai, eu sei que não se confessa uma coisa destas... e está-me a custar... a sério... fui ao supermercado e vi um pacotinho de sumo estranho, mas mesmo muito estranho que dizia "rote bete saft" ou seja sumo de beterraba-vermelha (chegou a loucura total, vale tudo). Não sou muito dada a invenções na área dos sumos, e jamais pensaria tocar sequer em alguns dos sumos que se vê no mercado alemão (podem imaginar o que quiserem que encontram, cebola, couve, mix de vegetais azuis). Mas, por gostar de beterraba-vermelha (ou se gosta ou se odeia, ouvi dizer) e por ser vermelho (sim, talvez tenha um fraquinho por vermelho, sou o alvo fácil do marketing! como as gomas vermelhas todinhas primeiro que as outras) lá peguei desconfiadamente no dito. E agora, aqui estou, gostei e quero mais. Se primeiro se estranha depois entranha-se. Estou a ver que este é um lema recorrente na minha vida...

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Christoph...er

Tenho o problema de confundir os nomes Christoph, Christopher (com duas letrinhas apenas...se dá cabo da cabeça a uma pessoa) e Christian. Sim, é um problema. Ah, vá lá Ecila, também não é assim um problema. Pois. Fui sair para jantar convencidissima que ia sair com o Chistopher, web designer, e a sua namorada japonesa graphic designer, ambos a viver entre o Japão e a Alemanha. Sempre que vêm aqui, combinamos pelo menos um café ou um jantar. Isto acontece ou por email ou por intermédio de amigos em comum. Recebo um telefonema em que me dizem "olha, o Christoph e a namorada vão ter um jantar no sábado e queriam que fosses, podes?", e eu "Claro, claro que sim, vai ser bom vê-los!". Acabei por encontrar o Christoph, matemático e a sua namorada alemã, matemática também, ambos a trabalhar na área dos seguros. Gosto deles, são boas pessoas. Com o Christopher, que também é Dj de vez em quando, costumo falar em inglês sobre a cultura japonesa, sobre viagens, sobre música, sobre o mundo, sobre pessoas. E isto abala um pouco as expectativas de uma pessoa que afinal passa a noite a ouvir estorias e cusquices do mundo da consultoria, dos patrões e dos colegas, a noite todinha a ouvir falar em alemão sobre trabalho (que não é o meu, nem queria que fosse) e pessoas que não conheço (bem, se cusquice desse prémios os consultores talvez ganhassem). Não, não. Não é um problema confundir os Cristophs deste mundo. Pois.

After-hours



O Dj, imagem daqui














Durmo sempre de janela aberta na Alemanha, porque aqui as janelas têm todas o mecanismo de abrir uma brecha apenas na parte de cima, o que me dá uma sensação de segurança. Seja Inverno seja Verão, lá está ela, a deixar o arzinho circular. Bom, mas quando chega a Primavera nesta terra florida (e de céu cinzento, que é para não se sentirem mal) é vê-los às 5h da manhã na maior festa. Os pássaros! Os pássaros malucos doidos varridos da Primavera. Amiguinhos, amiguinhos, que eu até vos dou comidinha da boa (não é só mistela para pássaro, é noz e bolota - ok, era para os esquilos, mas isso vocês não sabem), seria pedir muito fazerem a rave ali para os lados assim-o-mais-longe-possível-da-minha-janela? Eu entendo, é Primavera e tal. Mas aqui a vossa amiguita (que é sim) teve uma longa noite de jantarada com amigos (ok, foi um bocado seca, mas isso não interessa nada) e estava precisada de um descanso divinal. Sério, 5h da manhã de Domingo para quem se deitou às...pois não sei... não está com nada (esta expressão brasileira encaixa mesmo). Eu sei que umas catatuas ou papagaios verdes conseguiram libertar-se nesta cidade há cerca de 20 anos (contaram-me), sobreviveram, multiplicaram-se (prova da superioridade de alguns animais em relação ao humanos, que eu ainda estou a pensar como é que sobrevivi, quanto mais multiplicar-me) e pelos vistos 15 delas vivem nas árvores em frente (a última vez que as contei com os meus binóculos de observar pássaros). Quinze!!!! Já percebi que essas são os DJs do pessoal. "Keeek Keeek!" (ou Let's get this party starting). O resto vai atrás. Dá para imaginar a cena?

sábado, 18 de abril de 2009

Pilha de livros para ler


















... a chegar ao tecto.

Killing us Softly - A mulher na publicidade

Como ainda não encontrei um link para podermos ver o documentário Generation M online, aqui fica o documentário premiado da Jean Kilbourne, uma expert em matéria de publicidade e que também aparece no trailer do Generation M. A Jean Kilbourne tem chamado a atenção para a relação da publicidade com o tabaco, o álcool, e é considerada uma autoridade como analista do impacto da publicidade na sociedade. Vejam até ao fim (e com atenção) porque vale mesmo a pena.



Este filme data de 1999 (acho). Já estaria na altura disto passar na televisão e ser matéria de debates sérios... digo eu.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Tirem a mão do nosso arroz

E já agora tirem também a mãozinha do nosso milho, batatas, dos nossos tomates (salvo seja), etc, etc e etc. É que já andamos mesmo fartos do mundo que temos, não dá para ver isso? Queremos mudar (eu e as mudanças) e somos muitos!

Assinem aqui:

http://www.greenpeace.org/international/campaigns/genetic-engineering/hands-off-our-rice/hands-off-our-rice

Do email enviado pela Greenpeace:

Dear friends,

The world's most important staple food is under threat and we need your help urgently.

Sign the petition

Rice is daily food for half of the global population. It has been grown around the world for over 10,000 years and is cultivated in 113 countries. For millions of people rice is not just a food - it's a way of life.

Bayer, the German chemical giant, has created a genetically engineered (GE) variety of rice that will put ourhealth, our agriculture and our biodiversity at risk.

The European Union (EU) will soon decide whether or not Bayer's GE ricecan end up on European dinner plates. But this will not only affect Europeans. If the EU approves the import of Bayer's GE rice, farmers in the US and elsewhere may soon start planting the manipulated crop.

Stopping GE rice is not just about consumer choice or the environment -it's a lot bigger than that. It's a matter of global food security,human rights and survival.

You can tell the EU to keep Bayer's hands off your rice - sign the petition.

Thanks for your help saving the world's most important food. Please send this onto your friends today - we don't have much time before the decision is made.

With best wishes
Jan, Natalia, Lisa and everyone on the rice team at Greenpeace

P.S Ecological farming is the safest solution to the food crisis and looming climate change disasters. By signing the petition you're adding your voice in support of global sustainability in the face of climate change.

Obrigada!

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Nascidos pelo mundo fora








Johnette, 16 anos

Vale a pena ler estes testemunhos de crianças e jovens imigrantes.

Pega Bond

A pega Bond está de volta e a perder a timidez devida. Tinha deixado umas nozes no topo de um banco na varanda (não, ainda não desisti de atrair a família esquilo acrobata) e, enquanto não conseguiu pôr tudo na boca triturado e de uma só vez, não descansou. Ainda olhou para mim como que a dizer, só há isto? Pois, ela tem razão. Porque o pacote dos frutos secos está mesmo ao lado do banco e ainda tem conteúdo. E ela sabe, passeava-se a olhar ora para o pacote, ora para mim. Ena, que é mesmo espertinha. Lá vou eu entornar o resto do conteúdo para sua excelência e suas excelentíssimas crias. Esta sim, sabe como me dar a volta.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Já que falei nela



A Ave-do-Paraiso na fantástica (breath-taking) série Planeta Terra da BBC, com locução de David Attenborough cuja voz soa a música para os meus ouvidos.

Tenho esta série em DVD e traz uns extras "behind the scenes" em que o operador de câmara, da cena aqui exposta, se queixa de ter ficado 120 horas acostado num pequeno esconderijo, só para conseguir filmar a ave do paraíso a ter sucesso na sua tentativa de impressionar a fêmea. O bichinho bem que limpa o local de forma meticulosa, faz umas danças exóticas e hilariantes, mas é muito difícil ter sorte. Desesperante para a ave e para o operador de câmara. Nao é de surpreender que tenha sido a primeira vez que esta ave foi filmada nestes apetrechos.

Shame on you Vogue

No cabeleireiro havia uma revista Vogue. Tão famosa que é a dita que eu folhei-a de uma ponta à outra, enquanto esperava que passassem os 35 minutos que me assegurara a Tina, seria o tempo necessário para a cor assentar, isto com um cronómetro à minha frente especificamente acertado para 35 minutos. Moda, moda e mais moda, cheguei às páginas dos adereços e respectivos preços. Por vezes acho que devo ser muito ingénua. Penso que o mundo todo já se apercebeu do que é certo e errado, do que não se deve mesmo fazer, de que todos nos esforçamos para melhorar o planeta. Sim, sou uma ingénua (confirmado pelos amigos). As páginas dos adereços mostravam malas de pele de cobra e crocodilo, sapatos (horrorosos por sinal) forrados com pele de cobra ou com penas "ave do paraiso" (duvido que as penas venham realmente de uma ave do paraíso, mas só a alusão dá-me vómitos), casacos de pele zebra. Os sapatos da ave do paraíso custavam cerca de 10.000 euros (nao quero acreditar, mas se calhar as penas vêm mesmo da ave do paraiso). Acho que prefiro as revistas popularuchas a dizer mal da vida alheia. Porque ingenuamente, julgava eu que o mundo inteiro já tinha percebido que há certas coisas em que não se deve tocar, muito menos para nos vestirmos (horrorosamente) à carnaval sem o mínimo de responsabilidade sobre o que levamos na pele. Pensava eu que estava na moda ser consciente (minimamente!). Dizem que tenho um ar doce, até já ouvi demasiado doce. Pois deve ser só o ar, porque na altura apeteceu-me uns sapatos feitos de pele Valentino rosada, com tiras bronzeadas à solário. A revista Vogue entrou para a minha lista de persona-non-grata (fully unacceptable). Não sou tão doce como supostamente pareço.

Cabeleireiros à conquista


















Costumo aproveitar para ir ao cabeleireiro quando vou a Portugal, porque o cabeleireiro na Alemanha, pelo menos até há dois anos, era mais caro. No entanto, nas últimas vezes que fui ao cabeleireiro em Portugal (Lisboa) paguei balurdios e resolvi, em Dezembro do ano passado, experimentar os cabeleireiros alemães. Curiosamente, os preços são os mesmos, nem mais nem menos (não foram os preços na Alemanha que baixaram, mas sim os preços em Portugal que aumentaram). Falarei aqui das diferenças que mais me saltaram à vista (e ao ouvido). Não ouvi uma única vez nos cabeleireiros alemães (da Alemanha oeste) cusquices, maledicências, ou falatórios sobre a vida alheia (aleluia!!!). Isso seria o bastante para me conquistar. Mas o que me conquistou mesmo, mesmo, foi a transparência. Sim, o mundo inteiro terá a capacidade de me conquistar pela transparência, porque se há coisa que aprecio é esta qualidade suprema, rara, e estranhamente não apreciada pela maioria das pessoas. A funcionária chamava-se Tina (por um milésimo de segundo pensei em Portugal) e assim que lhe disse que queria pintar o cabelo, talvez fazer umas nuances, ela perguntou-me se gostaria de ver os preços de tudo. Isto antes do serviço! Voltou com uma folhinha e uma calculadora e calculou à minha frente o preço de pintar, o preço de "nuances" (por madeixa), mais tratamento (se quiser), tudinho tintim por tintim. Sem eu lhe perguntar nada! A qualidade das revistas era visivelmente superior à qualidade das revistas nos cabeleireiros portugueses, encontrando-se, entre outras, toda a gama de revistas de reportagens, coisa que nunca vi em nenhum cabeleireiro português (é capaz de haver, eu é que nunca vi).

No final, ao pagar, a Tina disse-me que afinal o preço inicial tinha sofrido alterações. E eu a pensar, "ah pois". Tinha sofrido alterações para mais barato, porque repararam que o meu cabelo não necessitava de um dos tratamentos referidos no inicio. A vossa alma está parva? O meu cérebro ficou de boca descaída, enquanto eu, lá paguei, dei gorjeta simpática à Tina e fiquei a pensar. Pena que não me acertem com a cor, nem aqui nem lá.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Mais esquilinhos

Uma amiga alemã diz-me sempre que a palavra portuguesa "esquilinho" é a palavra mais fabulosa que ela conhece. E a minha família vizinha de esquilos teve dois esquilinhos este ano. A julgar pelos pulinhos desajeitados (comparando comigo são pulos olímpicos) vou passar o Verão a tomar o pequeno almoço com vista para o circo.

sábado, 4 de abril de 2009

Pagar à consciência

Todos os meses dou dinheiro a instituições ou fundações nas quais acredito. Não é por ser rica. É porque 10 euros gasto eu em parvoíces sem dar conta que os gastei. Por vezes (como hoje quando fui ao mercado) chego a gastar 50 euros e nem sei como, nem para quê (pronto, vi um lenço girissimo peça artesanal única - pois, pois - que me custou 5 euros, a única coisa que me lembro). Egoistamente, quando dou a estas instituições sei o quanto gastei e no quê. E egoistamente, faz-me feliz de uma forma que não sei explicar. Egoistamente ainda, sei que ando na minha vidinha, enquanto outros fazem coisas mais válidas, coisas realmente importantes para o planeta ou para o mundo. E pronto, dou todos os meses. Dou a quem faz o que eu sinto que deveria estar a fazer. Complicadito.

Os chimpazés hippies

Vanessa Woods

Bonobos














Os bonobos são uma espécie de chimpanzés que habita apenas uma determinada área de densa selva do Congo, em África, e foram descobertos em 1928 por Harold Coolidge. São uma espécie animal curiosa (eu acho muitissimo fascinante), pois andam em postura erecta (pensa-se que adquiriram a postura erecta - como os humanos - devido às exigentes condições da floresta onde habitam), vivem em estruturas sociais matriarcais (ao contrário da outra espécie de chimpanzés) e funcionam entre eles de forma igualitária (não são dados a hierarquias). Para resolver conflitos recorrem mais ao lema "make love not war" do que à agressividade (ao contrário da outra espécie de chimpanzés). Pensa-se ser a única espécie animal além da humana que tem sexo por puro prazer, e sexo faz parte do seu dia a dia, sendo utilizado também para resolver conflitos. Suspeita-se agora que esta é a espécie animal geneticamente mais próxima dos humanos (geneticamente não sei, mas tenho as minhas dúvidas quanto à semelhança com os humanos, cá para mim somos mais como os chimpazés comuns).
A existência dos bonobos, animais de que gosto tanto, encontra-se em perigo (what else is knew).

Sigo atentamente o blog da Vanessa Woods que trabalha como investigadora para o santuário "Lola ya" (ela também é jornalista de ciências, trabalha com o Discovery channel e escreve livros como este). O santuário Lola Ya acolhe os bonobos que são confiscados no mercado ilegal, onde uma cria de bonobo chega a atingir os 60.000 dólares. É neste local protegido que os pequenos bonobos são reabilitados para poderem voltar à floresta. Além desta tarefa importante e rara no Congo, o santuário esforça-se para educar e envolver a população local.

Gosto quando a investigadora Susan Savage diz que podíamos olhar para esta espécie não como normalmente olhamos para os animais, de forma inferior, mas como uma cultura diferente. Os bonobos, além de passarem o teste do auto-reconhecimento, aprendem rapidamente com os humanos coisas complexas como utilizar ferramentas, linguagem, fogo, etc, e nós bem que poderíamos aprender com eles, uma forma mais pacifica de existência. Susan Savage fala dos bonobos no vídeo abaixo:





Aqui poderão ver um pequeno vídeo sobre os bonobos e ler a reportagem da ABC News.

Repito o apelo que a Vanessa fez no seu blog, pois é a primeira vez que ela pede doações urgentes (e isso deixou-me apreensiva). As doações são feitas aqui e eles aceitam qualquer quantia.
Qualquer quantia.