quarta-feira, 8 de abril de 2009

Cabeleireiros à conquista


















Costumo aproveitar para ir ao cabeleireiro quando vou a Portugal, porque o cabeleireiro na Alemanha, pelo menos até há dois anos, era mais caro. No entanto, nas últimas vezes que fui ao cabeleireiro em Portugal (Lisboa) paguei balurdios e resolvi, em Dezembro do ano passado, experimentar os cabeleireiros alemães. Curiosamente, os preços são os mesmos, nem mais nem menos (não foram os preços na Alemanha que baixaram, mas sim os preços em Portugal que aumentaram). Falarei aqui das diferenças que mais me saltaram à vista (e ao ouvido). Não ouvi uma única vez nos cabeleireiros alemães (da Alemanha oeste) cusquices, maledicências, ou falatórios sobre a vida alheia (aleluia!!!). Isso seria o bastante para me conquistar. Mas o que me conquistou mesmo, mesmo, foi a transparência. Sim, o mundo inteiro terá a capacidade de me conquistar pela transparência, porque se há coisa que aprecio é esta qualidade suprema, rara, e estranhamente não apreciada pela maioria das pessoas. A funcionária chamava-se Tina (por um milésimo de segundo pensei em Portugal) e assim que lhe disse que queria pintar o cabelo, talvez fazer umas nuances, ela perguntou-me se gostaria de ver os preços de tudo. Isto antes do serviço! Voltou com uma folhinha e uma calculadora e calculou à minha frente o preço de pintar, o preço de "nuances" (por madeixa), mais tratamento (se quiser), tudinho tintim por tintim. Sem eu lhe perguntar nada! A qualidade das revistas era visivelmente superior à qualidade das revistas nos cabeleireiros portugueses, encontrando-se, entre outras, toda a gama de revistas de reportagens, coisa que nunca vi em nenhum cabeleireiro português (é capaz de haver, eu é que nunca vi).

No final, ao pagar, a Tina disse-me que afinal o preço inicial tinha sofrido alterações. E eu a pensar, "ah pois". Tinha sofrido alterações para mais barato, porque repararam que o meu cabelo não necessitava de um dos tratamentos referidos no inicio. A vossa alma está parva? O meu cérebro ficou de boca descaída, enquanto eu, lá paguei, dei gorjeta simpática à Tina e fiquei a pensar. Pena que não me acertem com a cor, nem aqui nem lá.

2 comentários:

Woman Once a Bird disse...

Sobre as revistas... por acaso no cabeleireiro que frequento, há revistas generalistas (tais como Visão, Focus), mas suponho que não seja normal.
Entro muda e saio calada. Mas é muito curioso constatar que há pessoas que fazem questão de falar sobre a sua vida, como se estivessem num divã de psicólogo. Não estão e isso nota-se assim que saem. Há um funcionário em particular que me irrita sobremaneira, porque goza do que lhe é dito enquanto lava os cabelos das clientes. Mas verdade seja dita: perante o dono do cabeleireiro, não há essas confias. Anda tudo direito que nem um alho.

ecila disse...

Woman Once a Bird, sabes, por vezes penso se os cabeleireiros nao se cansam de falar mal dos outros...assim como algumas vizinhas donas-de-casa que conheco. Talvez seja uma questao de nao ter muito em que pensar (apesar de haver tantas coisas em que pensar que nao inclui falar mal da vida alheia).

Quanto às revistas, comparo cabeleireiros medianos de cidade, e eu nunca vi revistas dessas nos cabeleireiros a que vou em Portugal. Mas realmente nao quer dizer que nao haja, se temos de esperar horas o melhor é ter material diversificado para ler :-)