sábado, 31 de outubro de 2009

tragic story with happy ending

Here is Regina Pessoa's amazing "História Trágica Com Final Feliz" (2005). It tells the story of a young girl who doesn't fit in the small town life because she is different from everybody else: She has a tiny heart, which has to beat a lot louder than anyone else's. Unfortunatelly, it beats so loud that it disturbs everyone else.


The short film has won many prizes, notably The Annecy Cristal Award International Animated Film Festival in 2006. I especially like the part at the end, where the credits appear and fragments of the empty life of the townspeople is illustrated. The story is not as powerful without that.

Visit the website of the National Film Board of Canada, where you can also purchase the DVD and find interviews with the artist, wallpapers and other goodies.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Ninguém tem pena

Ninguém tem pena de uma borboleta, de insectos desajeitados que por grande azar das suas vidas nos entram pela casa dentro e lá andam a esvoaçar apavorados batendo contra paredes, vidros e, no pior dos casos, lâmpadas acesas a ferver. E eu lá ando de frasco na mão a tentar apanhar a borboleta que muito assustada e sem forças embirra em cair para trás de móveis, para cima do roupeiro, para baixo da cama. Bichinha, é como eu lhe chamo, bichinha vem cá, deixa-te apanhar. Deixa-me restituir-te a liberdade. Mas ela não entende português, é alemã, e o meu alemão, jesus, não chega para falar com borboletas.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Eu estou aqui

Estou exactamente a 91 cm de mim.

Skhizein (Jérémy Clapin,2008) from Stephen Dedalus on Vimeo.


Skhizein foi realizado por Jérémy Clapin e ganhou uma lista incrível de prémios. Muito bem merecidos.
Aqui o site oficial de Skhizein.

O fundo da linha



Fiquei a par da recente campanha da greenpeace Portugal graças à sua divulgação no blog Sustentabilidade não é Palavra é Acção. Peço-vos para irem ao site da greenpeace (clicar no link acima) e pedir aos supermercados que assumam as suas responsabilidades garantindo que não vendem espécies capturadas a grande profundidade em alto mar. A pesca industrial é destruidora do planeta e não é sustentável.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Só tenho a dizer isto

Quanto à polémica do Saramago e o que ele disse e a Bíblia e as telenovelas: não há pachorra para cabeças beatas.

O mal de Portugal são as cabeças beatas.

domingo, 25 de outubro de 2009

Hoje sonhei com um amor antigo

E doeu. Doeu porque foi um sonho. Sonhei que o reencontrava, um geólogo a trabalhar sabe-se lá porque carga de água na Zara (adoro sonhos surreais). E abraçamo-nos. E dissemos o quanto estávamos felizes de nos termos reencontrado. E lamentámos termos perdido os contactos um do outro (esta parte é infelizmente real). E fomos tão felizes, só queríamos estar juntos, riamos com os olhos, adoro isso. A felicidade do reencontro foi tão real que só de me lembrar, sinto um calor no coração e sorrio. Não queria acordar. Aliás, para mim aquela era a realidade.

Isto, até o meu pai entrar na historia como capitão de um ferry e eu ver na sua expressão uma certa indignação de questionamento quanto ao meu suposto namorado alemão (nem nos sonhos o meu pai sabe os pormenores do que se passa comigo). O engraçado é que tudo isto já aconteceu, de alguma forma, na minha vida. Com pai e tudo.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Na feira de velharias
















"Mars 1974" é uma ilustração de autor desconhecido (não está assinado). Adoro quando encontro coisas especiais, pequenos tesouros como este :)

(é favor clicar na imagem para ver em pormenor)

toy on wood


London-born and U.K. and U.S.-trained visual artist Robert Bradford makes use of discarded plastic items, (mainly toys but also other colorful plastic bits, such as pegs, combs and buttons) to construct large sculptures. Basically he recycles toys and creates new ones! Pretty original, I would say ;)

Motivação a meio da semana

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Universo ouve lá esta*

Estava aqui a pensar nisto da inveja e lembrei-me de uma conversa que tive com uma amiga há uns tempos. Ela queixava-se da desarrumação do dito cujo, do seu egoísmo, egocentrismo, enfim uma lista de problemas com origens educacionais, porque por acaso até acho que não foram os genes, que ele no fundo é bom rapaz (ha ha ha). Especulava-se que ele devia era mudar-se para casa de outro amigo nosso que aquilo seria uma party de serem tão parecidos. E então pensei, porque é que o Universo se põe a fazer misturas? Porque é que os arrumados não calham com os arrumados, os egoístas com os egoístas, os infiéis com os infiéis, os fieis com os fieis, etc. Porquê? Por vezes dava opção de escolha, se alguém desarrumado quisesse alguém arrumado e por destino o contrário também existisse (alguém arrumado querer alguém mais relaxado - nunca ouvi tal coisa mas se calhar existe) juntavam-se esses dois trapinhos (um neste caso, que o outro ficava mais a olhar). Para os outros que não se querem misturar na mesma casa com seres de outro planeta, então pronto, nada de misturas. Imagino muitas pessoas egoístas a quererem companheiros altruistas, mas isso até iria motivar mudanças de comportamento mais eficazes do que qualquer psicoterapia. Um egoísta só para se ver livre dos outros egoístas, faria tudo para se modificar e tornar-se menos egocêntrico. Aos poucos passava a poder estar com altruístas do mesmo nível. Tudo sem discriminação, total liberdade de sermos quem somos. Eu quero ser egoísta, egocêntrica e infiel e sou. Só que, claro, não posso esperar que o meu companheiro seja o oposto. O mesmo para alguém altruísta e fiel. Quem quisesse trocar as voltas, tudo bem, desde que houvesse um oposto nas mesmas condições, sendo que, em principio, os altruístas não teriam qualquer problema em arranjar o oposto e os egoístas demorariam talvez mais tempo. Liberdade e respeito pela individualidade, mas com justiça. E o amor não ficaria de lado, apenas que esta coisa do destino e química aleatória (há várias razões para assim ser, uma delas é a genética, e para isso teríamos realmente que encontrar uma solução) passava a ser apenas parcialmente aleatória. Aleatória dentro das mesmas caracteristicas e os que querem escolher opostos. O chamado "destino" e a química (aquela coisa que nos estraga os planos) que estão obviamente fora das nossas mãos, assim continuariam. As regras do Universo (esse mistério) é que mudavam. Isto é uma ideia divinomilionária! Todos os deuses vão querer a patente. A sério Universo, eu até ajudo a organizar o esquema. Só nos baseamos em caracteristicas de personalidade, tudo o resto pode ser à mistura que é para motivar a harmonia entre os povos, culturas, religiões e não-religiões. Pelos menos metade dos problemas relacionais estariam resolvidos.

Agora em relação a isto da inveja, os invejosos invejariam os invejosos, invejar-se-iam todos uns aos outros numa big happy family e deixavam os outros que não percebem nada do assunto em paz. Seria de certeza justo.

(...Ando a ler demasiados livros de utopias.)

* se faz favor

A inveja

Cresci sem conhecer esse sentimento que andava na boca das pessoas chamado inveja. Sempre pensei, aliás, que a inveja seria um mito histórico, ou produto da imaginação fértil dos humanos, assunto abordado nos contos de fadas para crianças, que tinham o seu quê de crueldade e fascínio. Também matéria de telenovelas, desculpas para histerias e mentes levadas ao exagero. Por isso, quando me diziam que esta ou aquele tinham inveja de mim ou de outra pessoa, eu incrédula, achava tudo uma telenovela (das portuguesas) e passava à frente. E quando digo cresci assim, quero dizer que cresci muito (bem, o máximo que os meus genes permitiram o que não foi realmente muito, os genes da altura foram mais para a minha irmã), quero dizer que cresci até estar em idade de gente crescida, assim de gente que acaba cursos, trabalha, torna-se independente e até vai viver noutro país. Estão a ver onde é que vai a minha noção de crescida.

Aprendi o que era a inveja há cerca de três anos (vai fazer três anos em Novembro). Aprendi na pele como todas as lições que são aprendidas tarde demais. Aprendi que a inveja mora em quem menos se espera. Em quem menos se espera, no meu caso, que devo ser um bocado tótó e ingénua (factos confirmados pela minha incapacidade de alguma vez ter visto ou acreditado na inveja). Há três anos perdi um amigo, um dos meus melhores amigos de sempre. Soube da noticia a caminho de um jantar. Parei de andar, parei de respirar, parei de falar porque os soluços e a minha falta de ar não me permitiam articular palavras. A muito custo e sem saber bem para onde me virar (as pessoas na rua estavam especadas a olhar para mim), arrastei-me para casa da amiga que dava o jantar. Acredito que o meu estado era deplorável, os olhos inchados, cara vermelha, soluços, dificuldade em respirar, tremia por todo o lado, não estava a pensar sequer, queria apenas chegar a um sitio onde me pudesse sentar e chorar à vontade. A reacção de uma amiga nessa noite foi a revelação da inveja na minha vida. Aprendi naquela noite o que era a inveja. Já não é a primeira vez na minha vida que uma desgraça vem acompanhada de uma lição amarga, isto deve acontecer a muita gente, menos aos abençoados com a estrelinha da sorte (existe sim!). Claro que na altura fiquei apenas confusa, intrigada, magoada, só mais tarde juntei as peças do puzzle, frases ditas anteriormente que nunca me tinham feito sentido, intenções menos claras, piadas estranhas em frente a pessoas, comportamentos obscuros, e fez-se luz (ironicamente claro). Pumba, tinha visto a inveja à minha frente. Não sei bem se é verde. Talvez seja assim de um verde alaranjado. E é uma coisa lixada. Hoje em dia sou mais perspicaz à inveja, mas sendo geneticamente incapaz de a sentir, continuo com grandes dificuldades em a reconhecer. Pior, não sei o que fazer com ela. Continuo amiga da invejosa (credo, até me custa chamá-la assim), desconfio até que sou amiga de mais do que uma invejosa. E não queria, mas é que não sei o que se faz com estas coisas. Não dá para chegar ao pé das pessoas e dizer "Olha, por isto e por isto acho que sentes inveja, é melhor veres um médico", mas seria bom que desse. Seria bom que existissem terapias para a inveja. E calculando eu que a inveja esteja ligada a problemas de auto-estima, e para isso até há terapias, também não é fácil de explicar a alguém todas estas ilações. Até porque gosto das pessoas e tenho tendência a perdoar-lhes coisas das quais me parece que não têm muito controlo ou consciência. Acho até que estas pessoas gostam de mim, o que as deve irritar ainda mais e quiçá aumentar a inveja (é assim que funciona?). Curiosamente, foi uma das minhas amigas com ataques de inveja que me avisou "cuidado ecila que és uma pessoa que atrai invejas" (os entendidos percebem destas coisas). Eu? Mas porquê eu? E deixar-me em paz, boa? Também se lembram de pôr a cabeça a criar desculpas para embirrar com as pessoas que obviamente invejam (agora que já sei o que é, vejo-as a fazerem isto a outras pessoas), sem tomarem consciência (acho). A inveja é realmente muito lixada. Tinha dispensado conhecer tal coisa, obrigadinho. Qual será a base genética da inveja? Porque é que algumas pessoas a sentem e outras não? E o mais importante de tudo, o que se faz com ela?

Mensagem a todos os que sofrem de inveja: Curem-se! Porque não há pachorra.

"Envy is the ulcer of the soul" Socrates (filósofo grego, 469 BC - 399 BC)

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Invisible people

"Jin Young Yu (JYY): My works are about the “invisible people.” I wanted to talk about the stories of the people who said, “I definitely don’t know them, but they knew me so well. They said they worked with me for over a year. To me, that person was a transparent existence that neither did or didn’t exist.”

It was too simple to define them as “the alienated people” or “the depressed people”. Instead, I thought that I, or we, could easily be one of them. My works are about people who, instead of getting along with others, choose to keep a distance from them, and be invisible or be left alone unconcerned. Instead of trying to fit into the world, they climb into a space of their own and reject other people’s intrusions.

My works feign expressionless faces. They are holding their tears back and swallowing them, or they try to put on a cool face despite the traces of tears on their faces. Or simply, they seem to have something hiding behind the hurried pretense of their expressionless faces. Looks on their faces that don’t make people approach them with ease - a subtle look of suspicion and caution keeps others from easily approaching them."

Podem ler o resto da entrevista a esta extraordinária artista da Coreia aqui






























"My figures express the loneliness of people living today. The transparent body means a perfect shield that makes it possible to hide itself anywhere, while the crying face represents a warning: ‘Don’t come towards me!’ I intend to remind viewers of the loneliness of people in this modern society, where there is little of true communication." And as for an overall theme? "I want to get away from the plastic smiles and fake facial expressions".

Mais imagens e comentários aqui

Vocês não sabem

mas eu já ando de cachecol e gorro de lã. GORRO DE LÃ.

domingo, 18 de outubro de 2009

A mania da Maria

de lavar a louça à mão (com detergente!) antes de pôr na máquina confunde um pouco o pobre do José, seu marido, que passa um mau bocado até perceber qual a louça que está suja e qual a que está limpa. Acreditem ou não (a foto é para os que não acreditam) a solução para tão angustiante confusão foi um post-it da Maria a indicar o correcto estado da louça, coisa que não é visivel a olho nu (nem a teste do algodão). Eu ri-me tanto, mas tanto, que foi um alivio a Maria ainda estar a caminho de casa e não me ver naquela bela figura de nem conseguir suster a máquina fotográfica direita tal não eram as gargalhadas. Já o José parou de pensar há muito, e só se deu conta da loucura total quando me viu rebentar em sonoras gargalhadas até as lágrimas me escorrerem cara abaixo. Aí ele começou a rir também. Só assim sei quando posso usar a louça, dizia ele. E eu ria-me ainda mais. Depois fiquei a sentir grandes remorsos de me ter rido assim. O que é que querem, não me contive.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Sabem aquela canção

"De volta pro aconchego" da Elba Ramalho?



















Literalmente não se aplica à Alemanha.

P.S. Reparar nos sinais de menos à frente das temperaturas mínimas

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Hoje conheci uma pessoa brilhante

não, não tenho mais nada para dizer. Era só isto.

TV portuguesa

Não sei como é possivel que uma caça ao javali na região do Douro (estamos em que século mesmo?) e as tendências da moda do Inverno sejam noticias de um jornal nacional no horário nobre. It's sic(k).

sábado, 3 de outubro de 2009

fashion goes tim burton


Just in time for Halloween: the October issue of Harper's Bazaar is dedicated to the world of Tim Burton characters (picture source and more pictures here) and coincides with Burton's retrospective at New York's Museum of Modern Art. Directed by Burton himself, photographed by Tim Walker. Enjoy:

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

the blind painter

Eşref Armağan (born 1953) is a blind painter of Turkish origin. He was born blind to a poor family in Turkey, and has been drawing or painting since childhood. In 2004, he was the subject of a study of human perception, conducted by the psychologist John Kennedy of the University of Toronto (watch the video below). His story has revealed that the brain has the potential to adapt and rewire itself according to individual needs. The brain's ability to reorganize its functions based on new information and experiences is defined as neural plasticity. Read more here.


I am so amazed at that last part, when he managed to draw the perspective. It's incredible...how can one know it, when one has never seen it? Yes, one can feel the sides of the building (even on that small-scale model), but how does one know they converge to the horizon, if one has never seen the horizon? The touch does not contain that information and cannot inform one on what the eyes would have seen form a certain point...

taobot the robot


(reposted from NeochaEDGE; picture source & more pictures here)

These wonderful illustration belongs to Beijing-based Little Kong and is based on a story about a robot named "Taobot" (model number: M-TAOBOT-05172007). He is a robot made from a mixture of metal and playdough. Taobot has lived for hundreds of years, and been in hundreds of short stories, but is doomed to play the role of a tragic figure in each. Some of these roles include: a fanatical writer who writes until he becomes rusted with time; a hanger for laboratory cloaks in an experimental lab; a nerdy college student who is not able to feel emotions; a secret admirer of Little Red Riding Hood; a janitor who is a wonderful poet and climbs to the roof to watch the moon; a fireman who makes friends with kittens; a mailman who wholeheartedly delivers letters to the prince of outer space, a forgotten nursemaid who becomes a lumberjack, a heartless murderer, etc.