terça-feira, 20 de outubro de 2009

Universo ouve lá esta*

Estava aqui a pensar nisto da inveja e lembrei-me de uma conversa que tive com uma amiga há uns tempos. Ela queixava-se da desarrumação do dito cujo, do seu egoísmo, egocentrismo, enfim uma lista de problemas com origens educacionais, porque por acaso até acho que não foram os genes, que ele no fundo é bom rapaz (ha ha ha). Especulava-se que ele devia era mudar-se para casa de outro amigo nosso que aquilo seria uma party de serem tão parecidos. E então pensei, porque é que o Universo se põe a fazer misturas? Porque é que os arrumados não calham com os arrumados, os egoístas com os egoístas, os infiéis com os infiéis, os fieis com os fieis, etc. Porquê? Por vezes dava opção de escolha, se alguém desarrumado quisesse alguém arrumado e por destino o contrário também existisse (alguém arrumado querer alguém mais relaxado - nunca ouvi tal coisa mas se calhar existe) juntavam-se esses dois trapinhos (um neste caso, que o outro ficava mais a olhar). Para os outros que não se querem misturar na mesma casa com seres de outro planeta, então pronto, nada de misturas. Imagino muitas pessoas egoístas a quererem companheiros altruistas, mas isso até iria motivar mudanças de comportamento mais eficazes do que qualquer psicoterapia. Um egoísta só para se ver livre dos outros egoístas, faria tudo para se modificar e tornar-se menos egocêntrico. Aos poucos passava a poder estar com altruístas do mesmo nível. Tudo sem discriminação, total liberdade de sermos quem somos. Eu quero ser egoísta, egocêntrica e infiel e sou. Só que, claro, não posso esperar que o meu companheiro seja o oposto. O mesmo para alguém altruísta e fiel. Quem quisesse trocar as voltas, tudo bem, desde que houvesse um oposto nas mesmas condições, sendo que, em principio, os altruístas não teriam qualquer problema em arranjar o oposto e os egoístas demorariam talvez mais tempo. Liberdade e respeito pela individualidade, mas com justiça. E o amor não ficaria de lado, apenas que esta coisa do destino e química aleatória (há várias razões para assim ser, uma delas é a genética, e para isso teríamos realmente que encontrar uma solução) passava a ser apenas parcialmente aleatória. Aleatória dentro das mesmas caracteristicas e os que querem escolher opostos. O chamado "destino" e a química (aquela coisa que nos estraga os planos) que estão obviamente fora das nossas mãos, assim continuariam. As regras do Universo (esse mistério) é que mudavam. Isto é uma ideia divinomilionária! Todos os deuses vão querer a patente. A sério Universo, eu até ajudo a organizar o esquema. Só nos baseamos em caracteristicas de personalidade, tudo o resto pode ser à mistura que é para motivar a harmonia entre os povos, culturas, religiões e não-religiões. Pelos menos metade dos problemas relacionais estariam resolvidos.

Agora em relação a isto da inveja, os invejosos invejariam os invejosos, invejar-se-iam todos uns aos outros numa big happy family e deixavam os outros que não percebem nada do assunto em paz. Seria de certeza justo.

(...Ando a ler demasiados livros de utopias.)

* se faz favor

4 comentários:

Manuela Araújo disse...

Olá Ecila
Já vi que reparou (e agradeceu, não tem de quê) que deixei lá no Sustentabilidade é Acção um selinho lembrança "Seu blog é VIP" para o "ALICE IN MY HEAD", sem qualquer "imposição". Mas como fui avisar a outros blogues, não quis deixar de vir aqui mandar um um abraço.

ecila disse...

Manuela muito obrigada, um abraco tambem para si :-D

Espiral disse...

AH AH AH adorei isto. Onde está a folhinha para eu assinar por baixo?

Sim, também gosto de utopias destas =)

ecila disse...

Espiral, espero a qualquer momento uma chamada do Universo para pôr o plano em práctica ;-)