A técnica de marketing mais irónica que a biotecnologia industrial inteligentemente espalha é que existe para acabar com a fome no mundo (soa bonito não soa?). Isto quando os estudos demonstram sistematicamente que o problema da fome não é a falta de alimentos, mas sim o seu acesso, ou seja, a sua distribuição. E esse problema não só continua, como piora a cada ano que passa. Apesar das boas intenções que clamam ter, a biotecnologia criou uma tecnologia chamada Terminator Technology (Tecnologia Exterminadora). Esta tecnologia baseia-se num gene suicida introduzido nas sementes, para que após a primeira colheita, as sementes se "suicidem". Não se pode guardar a semente, porque a semente fica estéril e não germina. O que leva a uma total dependência à empresa fornecedora de sementes, um monopólio muito poderoso. Existem 15 patentes desta tecnologia "suicida" em empresas de países desenvolvidos. Conseguem imaginar o que acontecerá caso este gene suicida contamine as outras colheitas espalhadas pelo mundo? Nota: O co-proprietário do gene exterminador é o governo dos EUA.
Em desenvolvimento está também a Tecnologia Traidora que exige que o agricultor use um químico especifico na sua plantação, caso contrário as sementes não germinam. Um bom nome para a tecnologia em causa, não acham?
Uma das formas eficazes de lutar contra esta (o)pressão é assinar petições, enviar cartas aos governos, sempre que estes movimentos nos cheguem às mãos. Foi assim que o povo americano conseguiu protestar para que os alimentos orgânicos se mantivessem puros, sem transgénicos. Se não o tivessem feito, hoje em dia, os alimentos orgânicos nos EUA seriam também transgénicos. O problema é que a maioria das pessoas não tem estas informações, não são coisas que ocupem os telejornais ou as revistas e a pressão económica é, na minha experiência observadora, a maior pressionadora contra a verdade. Não nos podemos esquecer que nós, como consumidores/eleitores, temos o poder de mudar o rumo das coisas, mas temos mesmo que agir, não podemos ficar à espera que os outros o façam por nós, pois como ouvi um dia de uma amiga, "os outros somos nós".
"We are loosing genetic diversity, we are loosing intelectual diversity"
(gostaria de agradecer ao excelente site da plataforma portuguesa por uma agricultura sustentável pela sua boa base de dados audiovisuais legendados em português)
(gostaria de agradecer ao excelente site da plataforma portuguesa por uma agricultura sustentável pela sua boa base de dados audiovisuais legendados em português)
5 comentários:
Achei o artigo e o documentário super importantes e interessantes!
Cada vez me faz mais impressão todas as alterações realizadas nos alimentos sem que se saiba quais os efeitos para a saúde de cada um ou o impacto numa ou em várias comunidades!
Deixo o link para um artigo que saiu na 5ª feira no jornal I e que em tudo tem a ver com isso...Maçãs completamente alteradas!
http://www.ionline.pt/conteudo/20397-alimentacao-cientistas-descobrem-que-fruta-e-mais-benefica-do-que-se-julgava-
Excelente texto e excelente reportagem. E muito oportuno este "post" em vésperas da Cimeira de Roma sobre Segurança Alimentar.
Ecila
Se não se importa, vou pegar no assunto também lá no blogue. Acho que é preciso que se saiba. Só se ouve falar ao de leve, mas estes documentários da plataforma que referiu, assustam bastante. Este mundo anda às avessas, tudo parece ser uma questão de poder e controle.
Um abraço.
Inês Gil Forte, muito obrigada pelo link do artigo. Eu sou uma devoradora de macas (biológicas), tenho uma colega que até me chama a menina-maca porque como uma quase todos os dias :-)))
Manuela Araújo, o texto foi baseado em depoimentos do documentário (logo, o crédito nao é só meu). Pegue no assunto sempre que quiser, gostava que cada vez mais pessoas divulgassem estas informacoes. Ainda estamos a tempo de prevenir (estamos?), antes que seja tarde demais. A plataforma é excelente, tem uma base muito rica de dados, documentos, videos, fazem de facto um grande trabalho para informar a comunidade.
Um abraco :)
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