segunda-feira, 30 de novembro de 2009
Mulheres bateristas
domingo, 29 de novembro de 2009
Para a próxima
terça-feira, 24 de novembro de 2009
O perigo de uma única história
(para pôr legendas em português, é só escolher na opção View Subtitles)
Através do excelente blog Montão de Coisas
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Uma história de guerra
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
tim burton on wearing striped socks
Se soubesse escrever
Claro que sim, gostava de escrever um livro, se soubesse escrever. Falaria por exemplo do senhor da biblioteca. Daquele senhor alto que empurra o carrinho cheio de livros, revistas e jornais científicos. Aquele que olha para mim com um meio sorriso e a quem eu não correspondo, porque não percebo se é um sorriso ou se é apenas um esgar, um trejeito de expressão, um default mode. Justifico-me na minha incerteza cobarde. O senhor que vive em silêncio, anda em silêncio, coloca os livros lentamente nos seus lugares e sorri aos utentes usuais da biblioteca, que raramente lhe sorriem de volta. Escreveria sobre ele, sobre pessoas como ele. Pessoas que vivem em silêncio. Que trabalham em solidão. Que me lembram o querido Sr. José do livro “Todos os Nomes” do Saramago.
Escreveria sobre aquela senhora do documentário “Reino Pacifico”, a que sente uma empatia especial pelos animais que sofrem, que com o seu amor inspira todos à sua volta, que chora ao contar sobre o borrego que não conseguiu salvar, que ri ao observar as galinhas depenadas e desajeitadas a darem os primeiros passos na liberdade, depois de serem salvas. Que conseguiu, com este seu amor, construir uma quinta para onde leva animais que resgata dos campos de concentração da industria alimentar. Aliás, nem só escreveria, se fosse homem pedia-a em casamento.
Ou então sobre o dono da mercearia da esquina, um local em vias de extinção. Escreveria sobre como ele me sorri, claramente, e eu sorrio de volta a cumprimentá-lo. Aquele senhor que, teimosamente, não se deixa vergar pelas grandes superfícies, nem pelos franchisings. Aquele que me deve rogar pragas por nunca lá ter posto os pés, apesar de o cumprimentar educadamente, porque não sabe que sou tímida e o meu alemão é um suplicio e que transpiro só de pensar em ter que manter uma conversa nessa língua. Aquele que põe banquinhos à porta da mercearia, para os velhotes se sentarem a conversar. O único que se preocupa com aquele senhor na cadeira de rodas, muito sujo e barba imunda, deixa-o ficar ao pé dos banquinhos, um senhor com um ar muito triste, olhos muito azuis que nos inspeccionam a alma quando passamos. Aquele que remodelou a sua lojinha, acrescentou-lhe uma vitrina, que fica à porta à espera de clientes, a olhar as pessoas. A ver-me a mim passar e nunca lá entrar. Até me dói a cabeça só de pensar nisto, imagine-se se escrevesse um livro.
Escreveria sobre pessoas como a Maria, tentaria entrar na cabeça delas, no vazio das suas vidas, na pequenez dos seus interesses, nos preconceitos que as inundam, nas contradições daqueles cérebros. Ai os chineses, ai os indianos, pretos credo socorro, ai que cheiro, ai o raio do cão, ai o raio do gato, ai aqueles cachorrinhos que lindoooss. As Danielle Steel e as Nora Roberts que enchem as suas prateleiras, as telenovelas que vêm, as telenovelas que fazem. O veneno doce que espalham.
Desenhar como as crianças
Jonny Wan através do excelente blog Jellyfish Tales.
Desenhos de crianças sobre "A tia Árvore" no blog Ler, Escrever, Imaginar.
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
days with my father
NOTHING cheers up my dad, like stories of my success. So if he's down, or obsessing about something, I'll immediately conjure up a blossoming career. I'm shooting for the New York Times. The New Yorker. Multi-million dollar advertising campaigns. Sometimes it's true, sometimes it's not. But it doesn't matter. The important thing is to fill him with as much joy as I can. His face bursts with happiness. He'll say "I have to tell ALL my friends, my son is famous!".
A excepção
Angelus Novus, o site da editora onde se pode adquirir o livro online.
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
É preciso lata
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Reino Pacifico
Este documentário é uma ternura. Pessoas assim, ainda mais dentro do sistema do que aqueles que apenas comem o que já vem em forma abstracta, o que, emocionalmente, os desliga mais facilmente dos processos de produção e da realidade, são extremamente raras. São pessoas com a capacidade e a coragem de serem diferentes e de lutar por aquilo em que acreditam dentro do coração, não apenas naquilo em que acreditam por convenções e formato socio-educacional.
Isto explica muita coisa
Aqui
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
A moda de Inverno são casacos vermelhos certo?
domingo, 15 de novembro de 2009
sábado, 14 de novembro de 2009
O Futuro da Alimentação
(gostaria de agradecer ao excelente site da plataforma portuguesa por uma agricultura sustentável pela sua boa base de dados audiovisuais legendados em português)
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Animais de laboratório
Undercover Investigation Reveals Kitten Deaths and Other Animal Suffering. Learn More.
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Outros muros
"Ramchand Pakistani is derived from a true story concerning the accidental crossing of the Pakistan-Indian border during a period (June 2002) of extreme, war-like tension between the two countries by two members of a Pakistani Hindu family belonging to the 'untouchable' (Dalit) caste, and the extraordinary consequences of this unintended action upon the lives of a woman, a man, and their son.
domingo, 8 de novembro de 2009
Um Desaniversáriooo Feliiiiiiz!!!
♥
Um bom desaniversário para mim!
Para quem?
Para mim!
Para ti!
Um bom desaniversário para ti!
Para mim?
Para ti!
Oh sim!
Vamos cumprimentar-nos com uma chávena de chá!
Um desaniversáriooooo paaaraaaa tiiiiiii!
(...)
Entao hoje é o meu desaniversário!
Ai é?
Que coincidência!!!!!
Bem, nesse caso...um bom desaniversário!
Para mim?
Oh sim!
Um bom desaniversário!
Para mim?
Sim, sim!
Agora sopra a vela mas nao queimes o nariiiiz!
Um desaniversáriooooo feliiiiiiiz!!!!!!
♥
sábado, 7 de novembro de 2009
recycled trash robots
Se fosses um rapaz
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Por vezes
o Miguel Sousa Tavares acerta mesmo na mouche:
"Podia ter acabado aí a sorte do homem, mas não. E, desta vez, sem que ele tenha sido tido ou achado, por pura sorte, descobriu-se que, mesmo depois de ter saído da CGD, conseguiu ser promovido ao escalão máximo de vencimento, no qual vencerá a sua tão merecida reforma, a seu tempo. Porque, como explicou fonte da "instituição" ao jornal "Público", é prática comum do "grupo" promover todos os seus administradores-quadros ao escalão máximo quando deixam de lá trabalhar. Fico feliz por saber que o banco público, onde os contribuintes injectaram nos últimos seis meses mil milhões de euros para, entre outros coisas, cobrir os riscos do dinheiro emprestado ao sr. comendador Berardo para ele lançar um raide sobre o BCP, onde se pratica actualmente o maior spread no crédito à habitação, tem uma política tão generosa de recompensa aos seus administradores - mesmo que por lá não tenham passado mais do que um par de anos. Ah, se todas as empresas, públicas e privadas, fossem assim, isto seria verdadeiramente o paraíso dos trabalhadores!
Eu bem tento sorrir apenas e encarar estas coisas de forma leve. Mas o 'factor Vara' deixa-me vagamente deprimido. Penso em tantos e tantos jovens com carreiras académicas de mérito e esforço, cujos pais se mataram a trabalhar para lhes pagar estudos e que hoje concorrem a lugares de carteiros nos CTT ou de vendedores porta a porta e, não sei porquê, sinto-me deprimido. Este país não é para todos."
Ler o resto aqui, no Expresso online.
(Obrigada Sonia por me alertares para esta excelente crónica :) )
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Lições na minha vida #2
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Lições na minha vida
Gosto de pessoas sem tretas
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
domingo, 1 de novembro de 2009
Reflexão para hoje
Veja-se o caso do Haiti. Há 20 anos era um país auto-suficiente em arroz, a preços razoáveis. Em 1995, o FMI impôs um plano de liberalização económica, com desarmamento alfandegário drástico. O mercado haitiano foi invadido por arroz proveniente dos Estados Unidos e altamente subsidiado. Resultado: hoje o Haiti importa 80% do arroz que consome e ao dobro do preço anterior.
Este é, por isso, um tempo para aprender lições e não as esquecer.
A primeira é que sempre esteve errado o credo desenvolvimentista assente na destruição da pequena e média agricultura de subsistência e na sua substituição pela produção intensiva para exportação. O dogma do comércio livre que, na prática, funciona como liberalização unilateral a adoptar pelos mais pobres e exportação em massa dos excedentes subsidiados pelos mais ricos só ajudou a pôr essa falência em evidência, se necessário era.
A segunda lição é que, de facto, o capitalismo não tem fronteiras. Só que, desta vez, as fronteiras que desapareceram foram as da decência mínima: se for preciso condenar milhões à fome para obter ganhos na bolsa, não há que hesitar. Sobretudo se esses ganhos forem suficientemente tentadores para o capital financeiro poder compensar as perdas do subprime.
Terceira lição: é claro que a fome exige medidas de urgência. Quando o Presidente do Banco Mundial avisa que os preços dos produtos agrícolas vão continuar a subir durante os próximos 7 anos, ele sabe que não será nunca em menos do que isso que se corrigirão as causas profundas da dinâmica galopante da vulnerabilidade alimentar no mundo, sobretudo no mundo pobre.
Mas atenção às armadilhas: foi sempre em nome da urgência – e da salvação dos pobres, pois claro – que se decretaram os choques liberalizadores, a extinção das agriculturas tradicionais e outras modernizações civilizadoras. Como é alegadamente em nome da urgência – e da salvação do planeta, pois claro – que Sócrates quer ser o campeão europeu da incorporação de bio-combustíveis nos transportes, mesmo que à custa do incentivo perverso dado – prometeu ele – a Angola e a Moçambique para serem os nossos fornecedores.
Se algo de positivo há nesta ameaça de catástrofe é ela forçar-nos a repensarmos a pequena e média agricultura como uma prioridade e não como um anacronismo. Talvez esteja na altura de percebermos que a luta pela preservação das hortas no centro das nossas cidades e a luta contra a liberalização mundial do comércio dos produtos agrícolas nos termos em que a quer a OMC não são lutas simétricas mas gémeas.
José Manuel Pureza"
José Manuel Pureza é professor na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e especialista em Relações Internacionais. O texto foi escrito a pedido de Daniel Oliveira (tema: a crise alimentar no mundo), publicado em Maio de 2008, para o Arrastão.