sábado, 28 de fevereiro de 2009

What else is knew














"(...) However, there are some trends to be seen in the data. Those states that do consume the most porn tend to be more conservative and religious than states with lower levels of consumption, the study finds.

"Some of the people who are most outraged turn out to be consumers of the very things they claimed to be outraged by," Edelman says.

(...) Eight of the top 10 pornography consuming states gave their electoral votes to John McCain in last year's presidential election – Florida and Hawaii were the exceptions. While six out of the lowest 10 favoured Barack Obama.

(...) States where a majority of residents agreed with the statement "I have old-fashioned values about family and marriage," bought 3.6 more subscriptions per thousand people than states where a majority disagreed. A similar difference emerged for the statement "AIDS might be God's punishment for immoral sexual behaviour."

Eles adiantam que a razão para tais resultados terá a ver com repressão. Concordo. Mas gostaria de adicionar mais uns pozinhos perlimpimpim sobre o papel submisso da mulher dentro destes círculos conservadores. O chamado conservadorismo e tradicionalismo (não gosto de usar palavras categóricas, mas enfim) prendem-se, normalmente, por papéis restritos em relação aos géneros, no qual a mulher possui um papel mais “funcional” do que nas populações mais liberais. A ligação entre aumento no consumo de porn e percepcionar a mulher como ser objecto está lá, é só investigar mais um pouco (isto é para os cientistas que fizeram o estudo acrescentarem também uns inquéritos bem feitos). Não sou contra consumo de porn (atenção!), sou a favor do meio termo. A favor da liberdade com informação, a favor de ver (quem quer) e saber o que se está a ver, um comportamento que evita eficazmente os excessos. Isto porque o "addict to porn" está a aumentar e constitui um problema tão grave na sociedade como outros vicios e drogas. Para aqueles que funcionam melhor com imagens gráficas, todos devemos conhecer o homem que tem a sua anjinha em casa, a “santa” mãe dos filhos (santa criada), a stepford wife, a que parece bem em frente à família, em frente à igreja (ou aquilo que for a casa do seu “Deus”), em frente aos amigos, a “mulher mãe e esposa”. Depois tem por hábito nas suas viagens de negócios, nas reuniões até mais tarde ("trabalha muito coitado"), umas visitas às mulheres “da vida”, aquelas sem histórias pessoais (nem pensar nisso é bom), as que já nasceram “mulheres puta”. Tem ainda, para quem não sabe, o seu perfil em vários sites de comunidades online, em que acumula “amigas” exóticas, as “mulheres amante”. As mulheres nas suas categorias bem diferenciadas e definidas, tudo tintim por tintim. Eram estes os pozinhos que eu queria acrescentar à explicação da repressão, uma tendência conservadora de arquivar os géneros em papéis e funções muito definidas, não como pessoas individuais, complexas e livres (e quando falo em tendência é mesmo para evitar generalizações, pois essas não fazem bem a ninguém, até porque tendências deste tipo coexistem também em personalidades mais liberais), mas com os seus destinos robotizados (quiçá antes mesmo da nascença). Um mundo onde os clichés parecem todos encaixar lindamente, mas não encaixam, não se enganem. Os papéizinhos que reprimem só têm um resultado, o da depressão e o da patologia (em que a mentira é uma necessidade). Uma patologia que depois se repete, geração atrás de geração, televisão atrás de televisão, políticos atrás de políticos e envenena a sociedade. Afinal de contas, o rei vai nú (olha que apropriado).

Estas estatísticas vão ser incendiadas claro está, mas antes que isso aconteça melhor postar (lembra-me cortar às postas). Obviamente que o consumo de porn se faz em todas os estratos sociais e partidários (e géneros), mas essa não é a questão do estudo. Os resultados mostram uma correlação entre este comportamento e regiões dos EUA mais conservadoras, o que também não prova muito, mas dá que pensar. E isso é o que se quer ;)

Pois, esta foi forte...eu sei. Tudo por causa de um estudo sobre pornografia.

2 comentários:

Josef Portugal disse...

Pois muito bem visto. Escreves muito bem, no duplo sentido do bom uso da língua e uso sensato da mente. Parabéns!

ecila disse...

Severiino, muito obrigada pela simpatia :-)