segunda-feira, 14 de setembro de 2009

O corpo das mulheres

Nos comentários do post "Mudar o discurso", ntozei deu a sugestão do documentário "O corpo das mulheres" que vi ontem à noite. Muito a propósito e muito obrigada.

Aqui podem vê-lo na integra (25 minutos) com legendas em português (obrigada a quem fez a legendagem) "...para contar o que está acontecendo não só a quem nunca assiste a televisão, mas especialmente a quem a assiste mas “não vê”".

"Porque é que não reagimos? Porque é que não nos apresentamos com a nossa verdade? Porque aceitamos esta humilhacão contínua? Do que temos medo?"

8 comentários:

jellyfish disse...

i have watched it (there is even a version with english subs) and i am stunned: i recognize the show formats. there are still countries where the tv is not such a hideous circus (unfortunately italy and my own seem to be very similar in this regard)! but the problem of women's image and the way they identify themselves with it concerns everyone all around the world.

Manuela Araújo disse...

Muito bom documentário.
Choca perceber que as mulheres ocidentais, que se julgam tão livres, afinal também estão subjugadas às vontades do homem. Pelo que vi, parece que em Itália é um bocado pior que em Portugal, mas para lá estamos caminhando.
E ainda estranhamos que as muçulmanas concordem comas leis que as subjugam.
De maneiras diferentes, as mulheres sujeitam-se e adaptam-se a um mundo dominado pelos homens.
Até quando?
Obrigada Ecila, pela possibilidade de ver o documentário.
E como disse a Ana Magnani, não me apaguem nenhuma ruga, levei uma vida para as arranjar.

ecila disse...

jellyfish, unfortunately, in my country the TV is very close to this bad circus parade :-( Maybe not as bad yet, but it's getting there. We even have some girls-want-to-be-politician very similar to cases in Italy (media driven phenomenas). All very recent and symptomatic of a pathological society.

ecila disse...

Manuela Araújo, é mesmo isso. Choca perceber (pois acordar nem sempre é prazenteiro ;)), mas é necessário que se perceba. Acho que só quando muitas mulheres perceberem o que se passa, através de informacao, de verem documentários como este, é que vai haver mudanca. Infelizmente a maioria vê demasiada televisao "sem ver", e o cérebro absorve mesmo sem nos apercebermos disso.

Nós temos a opcao de desligar a TV, de mudar de canal, o poder de exigir determinados formatos. Se nao o fizermos, a TV portuguesa que já é uma vergonha (na minha opiniao) atingirá o problema italiano e brasileiro (que tambem é incrivelmente esvazia-cérebros). E com isso o país afundará mais ainda do que já está. Porque a qualidade da media e o estado do país andam sempre de maos dadas.

Ariadne disse...

Liberdades das quais julgamos fazer uso quando definimos o que queremos ser. Livre arbítrio?? Nah...

ecila disse...

Ariadne, nascemos dentro de um determinado formato de sociedade e é muito difícil ver além disso. Ver o que se esconde por trás de certas imagens e comportamentos que inferiorizam as mulheres ou o que se esconde por trás do véu que discrimina. Vai dar tudo ao mesmo, quem não tem informação nem sabe que tem escolha.

Miss G disse...

Ecila, acabei de ver o documentário. Já sabia que as italianas sao mestres nesta arte de se vulgarizar (como ditz o vídeo) e fico agradecida por ainda nao ser assim em Portugal nem na Alemanha.
Pessoalmente gosto de apreciar uma mulher madura com as suas rugas e imaginar que histórias terá vivido.
A linha entre o cuidado da pele e o combate ao envelhecimento parece-me ténue: nao tenho idade (ainda) para usar cremes anti-rugas, mas nao recuso a ideia de o fazer quando chegar o seu tempo. Todavia ao pretendo tornar-me num produto qualquer.
Quanto à cirurgia estética, sou contra sempre que por meio dela se tentem resolver problemas como a inseguranca. Claro que por motivos e situacoes extremas, sou a favor.

Mais uma vez, muito bom comenário. Obrigada por partilhares.

ecila disse...

Miss G, ainda nao é assim em Portugal porque o documentário mostra o extremo que é Italia, mas nós nao estamos assim tao longe como gostamos de pensar. Basta ver televisao ou olhar para a situacao politica portuguesa para reconhecer padroes, propagandas e problemas idênticos. As "meninas" tambem sao biblôs na TV portuguesa (já para nao falar na politica).

Uso cremes, maquilhagem e nao gosto de cirurgias plásticas que, como dizes, deviam ser para casos extremos. Sanidade mental acima de tudo.

Obrigada :-) sempre que tropece em documentários interessantes ponho aqui.