domingo, 29 de março de 2009
terça-feira, 24 de março de 2009
Azarucho!
"Celulite. Eles não gostam? Azarucho!
Todos os dias ao sair de casa dou de caras com um anúncio que me deixa logo mal disposta até aí às três da tarde. É da clínica Persona e tem esta brilhante tirada publicitária: 'os homens não gostam de celulite'.
É que, de facto, era este o argumento que me faltava para eu pôr fim à celulite que se instalou no meu rabo sem qualquer espécie de permissão. Eu até gosto de ter celulite, adoro! Faço os possíveis por ter sempre mais e mais... ah, mas espera lá, se os homens não gostam, então eu vou já pagar um tratamento de 3.000 euros na Persona para ficar sem celulite!!
A sério, senhores que fizeram esta campanha, acham mesmo que este tipo de terror psicológico barato faz efeito numa mulher???Se o anúncio dissesse 'mulheres com celulite não entram na Zara', aí sim, era ver-me a correr para a Persona, primeiras, primeiras!Agora, 'vejam lá se tratam disso que os homens não gostam', temos pena, mas não pega!
Se formos a ver, também há muita coisa que as gajas não gostam, e nem por isso espalhamos outdoors gigantescos pela cidade. Sim, porque senão já estou a imaginar os possíveis anúncios:
ELAS não gostam de pilas pequenas;
ELAS não gostam de pêlos a mais;
ELAS não gostam de carecas;
ELAS não gostam de costas estreitas;
ELAS não gostam do resultado de 'campeonato nacional+liga dos campeões+taça uefa+taça de Portugal';
ELAS não gostam de sexo oral sofrível e insuficiente;
ELAS não gostam que cocem os tomates (muito menos em público);
ELAS não gostam (nem acham sexy) as barrigas de cerveja;
ELAS não gostam de tampas da sanita levantadas;
ELAS não gostam de ejaculação precoce;
ELAS não gostam que cortem as unhas dos pés em cima da mesa da sala;
ELAS não gostam de mãozinhas sapudas (e pouco hábeis);
ELAS não gostam das amigas deles e das ex-namoradas, essas, nem falar;
ELAS não gostam de slips nem de boxers com ursinhos;
ELAS não gostam de atrasados emocionais;
Se os homens deste País se deparassem com estas publicidades, tentariam resolver algumas das questões apontadas? Não, pois não?Então deixem lá mas é a nossa celulitezinha sossegada e não nos obriguem a andar com uma régua na mala!
Tenho dito.
Autora desconhecida' (mas muito esclarecidinha benza-a Deus)."
Calculo que deva ser de um blog e se alguém souber qual, por favor avise para eu poder agradecer à autora (que também pode ser um autor). Curioso que acabei de reenviar o mail (com alguns acréscimos) a todas as pessoas que me lembrei e as primeiras respostas, foram de amigos homens a elogiar o texto. Não sei se isto quererá dizer que eles estão sempre com o PC à mão de semear ou se significará algo mais complexo. Vou aguardar mais do que 10 minutos para tirar conclusões.
segunda-feira, 23 de março de 2009
Fica tudo na cabeça
terça-feira, 17 de março de 2009
Esquilinhos
Eu bem que ponho nozes na varanda a ver se eles me visitam, mas acabo sempre por ser visitada pela pega-rabuda (sim, este é o nome oficial da espertalhona) que baptizei de James Bond (apesar de achar pega-rabuda um nome muito mais estiloso). Este agente-espião descobre onde escondo as nozes e a única coisa que a denuncia é o barulho de escaranfuchar no pacote. Se vê que a vejo, disfarça. Sério que não me surpreenderia se a visse assobiar para o ar como quem não quer a coisa (literalmente falando). Lá leva as nozes uma a uma. Está-me a parecer que os esquilos falham na inteligência, ou será na esperteza. Cerebralmente as pegas (e os corvídeos) são bastante bem desenvolvidas, e têm a capacidade de auto-reconhecimento, algo acessível apenas a algumas espécies de animais e que as crianças humanas adquirem a partir dos 2 anos. Isto não é pouca coisa para um pássaro. Mas já me desvio do assunto (que não é assunto nenhum). Gosto muito da pega Bond, mas a família esquilo (mãe, pai, filhote maluco aventureiro), enche-me o resto do dia de um sorriso interior que não há chuva que apague.
segunda-feira, 16 de março de 2009
Mudanças
Amor à primeira vista
No comboio, o Firmin, a criatura que me arrebatou narrava o seguinte:
"In the end, seeing myself for the first time was not at all like seeing just any old rat. The experience was more personal, and more painful too. While it was easy enough to gaze at the unlovely shapes of Shunt or Peewee, it was horrible to have to look upon my own similar aspect. I realized, of course, that the intensity of this pain was in exact proportion to the enormity of my vanity, but that thought only made things worse. Not just ugly, but vain as well - which only added ridiculous to the pile. There I stood, tilted slightly, in irrefutable detail - short, thick-waisted, hairy, and chinless. Firmin: fur-man. Ridiculous. The chin, or the lack thereof, caused me special pain. It seemed to point - though in fact this nonentity was incapable of anything as bold as pointing - to a gross lack of moral fiber. And I thought the dark bulging eyes gave me a revoltingly froglike air. It was, in short, a shifty, dishonest face, untrustworthy, the face of a really low character. Firmin the vermin."
É tão bom quando a capa corresponde ao conteúdo. E é isto que é o amor à primeira vista.
terça-feira, 10 de março de 2009
Já que foi dia da mulher
Chegam-me informações oficiais de solenes instituições que dizem que pelo mesmo trabalho a mulher cobra 16 por cento menos, e seguramente esta cifra está falseada para evitar a vergonha de uma diferença ainda maior. Dizem que os conselhos de administração funcionam melhor quando são compostos por mulheres, mas os governos não se atrevem a recomendar que quarenta por cento, já não digamos cinquenta, sejam compostos por mulheres, ainda que, quando chega o colapso, como na Islândia, chamem mulheres para dirigir a vida pública e a banca. Dizem que para evitar a corrupção na organização do trânsito em Lima vão colocar guardas mulheres, porque se comprovou que nem se deixam subornar nem pedem coimas. Sabemos que a sociedade não funcionaria sem o trabalho das mulheres, e que sem a conversação das mulheres, como escrevi há algum tempo, o planeta sairia da sua órbita, nem a casa nem quem nelas habitam teriam a qualidade humana que as mulheres colocam, enquanto os homens passam sem ver, ou, vendo, não se dão conta de que isto é coisa de dois e que o modelo masculino já não serve.
Continuo vendo manifestações de mulheres na rua. Elas sabem o que querem, isto é, não ser humilhadas, coisificadas, desprezadas, assassinadas. Querem ser avaliadas pelo seu trabalho e não pelo acidental de cada dia."
E ainda:
"É verdade que muito mudou, desde 1974... Mas acho prematuro o abandono da ideologia, como se os problemas das mulheres não persistam hoje. O pleno direito ao aborto, a violência doméstica, as desigualdades salariais, a equidade no acesso ao trabalho, continuam a ser problemas em boa parte por resolver a contento. A minha mulher, por exemplo, já foi recusada em várias empresas que procuravam profissionais da área dela, com o pretexto de que iria faltar muito pelo facto de ser mãe de duas crianças.
Sob muitas formas, a discriminação persiste. Pouco importam as bem intencionadas leis existentes, se o comportamento social as ignora. Trata-se de um fenómeno que em inglês é conhecido por “glass ceiling” – tecto de vidro – uma barreira que impede a progressão profissional ou o exercício de direitos de cidadania a determinados grupos sociais. Este “glass ceiling”, por ser dissimulado, não se vê mas existe. Pode ter motivações sexistas, racistas, ou outras.
As feministas de há 30 anos acham que está tudo bem, que podem descansar da luta? Estão enganadas."
Tudo escrito por homens...
sábado, 7 de março de 2009
Amor platónico
25.11.38 Two eggs.
27.11.38 Two eggs.
29.11.38 One egg.
30.11.38 Two eggs.
28.12.38 Have been ill. Not certain about number of eggs, but about 9.
(imagem deste artigo da Newsweek)
Doctor. Doctor. Doctor. Doctor.
Doctor. Doctor. Doctor. Doctor. How many doctors are there on this planet?
Demasiados eu diria. Prot como entendo a tua perplexidade. Talvez a mesma que a minha quando me chamaram Dra pela primeira vez. Não fui registada Dra à nascença e dispenso acréscimos ao meu nome, que apesar de não ser nada de especial é o mais especial que me foi dado pelo carinho e pensamento dos meus pais, as pessoas que mais amo neste meu ser que chamo humano. A mim basta-me e nem uso todos. Conheço quem tenha dois doutoramentos, sendo apelidado nas placas que assinalam as salas e as conferências de Prof. Dr. Dr. Por vezes sinto-me mais como o Prot e fico perplexa perante estas ridicularidades e necessidades humanas. Também eu muitas vezes me questiono se serei deste planeta. Um amigo meu dizia que o meu titulo na Alemanha lhe fazia lembrar o nome de um planeta recentemente descoberto. Gosto muito dessa ideia... Now if you'll excuse me, I have a beam of light to catch.
(do filme K-Pax)
"Let me tell you something, Mark. You humans, most of you, subscribe to this policy of an eye for an eye, a life for a life, which is known throughout the universe for its... stupidity."
sexta-feira, 6 de março de 2009
O Pesadelo de Darwin
(link para a segunda parte)
terça-feira, 3 de março de 2009
Tudo a condizer
(ao procurar uma imagem de acompanhamento do post encontrei uma série imensa de cortinados e almofadas a condizer, e penso...eu devo ter algum problema grave)
A variedade da realidade
Por acaso conheço um casal de velhinhos alemães que juram a pés juntos que tudo começou quando a Polónia invadiu a Alemanha, o que demonstra a incrivel eficácia de uma propaganda bem feita. E quando dizemos que não podemos deixar que a história se repita, talvez não nos demos conta que as histórias, mediante uma boa propaganda, repetem-se sempre. Como em todas as histórias, podemos acordar quando for tarde demais e aquilo que descobrirmos for tão bizarro, tão fora da nossa confort-zone, que juraremos a pés juntos que as coisas não se passaram assim. A realidade pode ser a coisa mais difícil de acreditar.
segunda-feira, 2 de março de 2009
Viva Viana do Castelo!!!
Muito Obrigado!
(imagem tirada aqui)
Para agradecer à câmara por tão corajosa decisão por favor enviar mensagem para: cmviana@cm-viana-castelo.pt
ou recorrer a carta formatada para o efeito aqui.
Hopefully this is a sign that times are changing... and for the best.