Hoje estive numa festa cheia de velhinhos. Um deles comemorava os seus 85 anos. Há quem não tenha paciência para velhinhos, quem se queixe da sua irritante falta de memória ou da sua memória selectiva para outros tempos. Há quem role os olhos a conversas sem nexo, mas quem me conhece sabe que são as conversas sem nexo inocentes que me fazem sorrir...
Uma senhora disse-me 10 vezes (eu contei) o quanto achava a festa bonita. Eu, de todas as vezes sorri e concordei com naturalidade como se fosse a primeira vez que ouvisse tal coisa. E sempre que a via aproximar-se mais uma vez, pequenina e ternurenta como só uma velhinha pode ser, já antecipava a frase “que festa tão bonita não acha?” dita como se fosse a primeira vez cheia de admiração na voz. “É verdade, também acho. Que festa tão bonita!” Ela por sua vez poderia pensar “que curioso, esta menina diz-me sempre que a festa é bonita como se fosse a primeira vez!”
Outra senhora misturava nas conversas frases meio estranhas, ou “pouco encaixadas” no assunto. Enquanto falávamos de uma viagem à Polónia ela respondeu com a maior das naturalidades o quanto era bonita a casa da neta e a Vila (não na Polónia), pois a neta foi buscá-la para passar uns dias com ela. Uma das vezes a filha que andava ocupada a salvar os convidados das conversas da mãe – isso sim, achei irritante – puxou-a de ao pé de mim, mas eu ainda a ouvi dizer a rir “vai-me dar a injecção!”. Isso fez-me rir a mim também (talvez não devesse). Ela dizia a rir as coisas mais sérias... depois de eu lhe ter dito (duas vezes em conversas diferentes) que já nos conhecíamos, pois há 5 anos atrás estivemos juntas numa festa, ela disse que a sua memória lhe falhava “mas onde agora vivo há pessoas que não sabem onde estão, eu ao menos isso sei” e riu.
Eu sei que por vezes nos sentimos tristes sem entender a razão para tal. Sei também que nas raras vezes que me senti assim um sorriso a mais no meu dia atenuou essa tristeza misteriosa. Acho que o meu sorriso (sincero) atenuou a tristeza que já paira no semblante da senhora que diz as coisas várias vezes como se fosse a primeira vez. Tanto que ela me deu o braço à saída da festa e me disse o quanto a minha presença na festa do seu marido lhe tinha dado alegria do fundo do coração, isto com os olhos a brilhar e um sorriso comovido lindo no rosto. Acredito que foi honesta. Acredito também que se esqueceu disso passado 3 minutos. Acredito que o sorriso ficou .
Uma senhora disse-me 10 vezes (eu contei) o quanto achava a festa bonita. Eu, de todas as vezes sorri e concordei com naturalidade como se fosse a primeira vez que ouvisse tal coisa. E sempre que a via aproximar-se mais uma vez, pequenina e ternurenta como só uma velhinha pode ser, já antecipava a frase “que festa tão bonita não acha?” dita como se fosse a primeira vez cheia de admiração na voz. “É verdade, também acho. Que festa tão bonita!” Ela por sua vez poderia pensar “que curioso, esta menina diz-me sempre que a festa é bonita como se fosse a primeira vez!”
Outra senhora misturava nas conversas frases meio estranhas, ou “pouco encaixadas” no assunto. Enquanto falávamos de uma viagem à Polónia ela respondeu com a maior das naturalidades o quanto era bonita a casa da neta e a Vila (não na Polónia), pois a neta foi buscá-la para passar uns dias com ela. Uma das vezes a filha que andava ocupada a salvar os convidados das conversas da mãe – isso sim, achei irritante – puxou-a de ao pé de mim, mas eu ainda a ouvi dizer a rir “vai-me dar a injecção!”. Isso fez-me rir a mim também (talvez não devesse). Ela dizia a rir as coisas mais sérias... depois de eu lhe ter dito (duas vezes em conversas diferentes) que já nos conhecíamos, pois há 5 anos atrás estivemos juntas numa festa, ela disse que a sua memória lhe falhava “mas onde agora vivo há pessoas que não sabem onde estão, eu ao menos isso sei” e riu.
Eu sei que por vezes nos sentimos tristes sem entender a razão para tal. Sei também que nas raras vezes que me senti assim um sorriso a mais no meu dia atenuou essa tristeza misteriosa. Acho que o meu sorriso (sincero) atenuou a tristeza que já paira no semblante da senhora que diz as coisas várias vezes como se fosse a primeira vez. Tanto que ela me deu o braço à saída da festa e me disse o quanto a minha presença na festa do seu marido lhe tinha dado alegria do fundo do coração, isto com os olhos a brilhar e um sorriso comovido lindo no rosto. Acredito que foi honesta. Acredito também que se esqueceu disso passado 3 minutos. Acredito que o sorriso ficou .
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