segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Modernices

Levo o portátil para a cozinha, abro o website das receitas e sigo os passos descritos no vídeo. Tudo isto perante o ar de espanto e riso da minha mãe. Dependente das novas tecnologias? Nããããã...

É mais ou menos isto

Adoro a Alemanha no Natal. Por todo o lado vejo luzes de bom gosto nas janelas, nos canteiros, nas árvores dos quintais. Um requinte de magia que muito aprecio, que aliás, adoro. Não adoro Portugal no Natal. Gosto, mas não adoro. Porque excepto o centro de Lisboa, o resto é feito de pais natais de plástico ou material insuflável a subir por todo o lado do prédio, inclusive já vi pais natais a sair de chaminés gigantes em plenas varandas particulares, luzes psicadélicas indutoras de ataques epilépticos, enfim, um desfile de mau gosto a condizer com... a falta de bom gosto urbanístico e arquitectonico.

Se na Alemanha sorrio ao ver as magnificas decorações que me aquecem o coração com a sua aparente magia, em Portugal todos os anos (desde que as lojas baratas passaram a fazer parte da sociedade) rio-me a sério, acho tudo muito cómico. Mas não consigo decidir qual o que prefiro, se a magia se o gozo. É que rir faz bem. Mas a magia traz-me paz.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

jwt shanghai & hailong li: shan shui animation

This post has been originally posted on Neocha EDGE.

The China Environment Protection Foundation(CEPF) recently commissioned JWT Shanghai to develop three print advertisements using shan shui style art by renowned landscape artist Yang Yongliang. The advertisements, titled Global Warming, Industrial Pollution, and Automotive Pollution, aimed to raise public awareness of ongoing environmental damage to China’s environment and were displayed as subway posters and full-page newspaper ads. The ads bear a striking resemblance to traditional Chinese paintings but, when looked at closely, portray environmentally unfriendly factories, cars, and buildings littering the landscape. The campaign has been a big hit with both the public and the press. The printed ads have received a number of international awards: Cannes Lions 2009 Outdoor Silver Ads, New York Festival Awards 2009, NYF 2009 Print Gold ads.

Consequently, the print ads have been adapted into an excellent animated short (see below) directed by Li Hailong from Beijing's One Production to run on air and on plasma screens in the Shanghai People Square Subway Station. The animation short was awarded the "Spikes Asia Gold Craft Spike" prize in the Category "TV - Best Use of Animation/Computer Graphics/ Special Effects" at this year's Spike Asia - Asian Advertising Festival. Additionally, the entire campaign won a number of Lotus awards at AdFest 2009, including gold for social engagement, best use of illustration, best art direction, and animation.

Apart from its mere artistic value, the campaign has also communicational and educational value: Raising public and governmental awareness might be the first step towards change. The campaign's worth is to be seen in the fact that, it manages to highlight the threat that ignorance represents to cultural identity by making use of aesthetic cues charged with traditional value.

Li, a graduate of the Beijing Film Academy with a degree in animation, told us he did not try to solely address environmental issues but also social ones as well: "The campaign expresses a societal attitude change with respect to the concept of "survival" – it activates an "environmental mindset" by addressing motives deeply rooted in everyone's psyche: the universal drive for continuance and the desire for a comfortable life."

Li explained that he made use of exaggerated imagery in order to emphasize the lack of space and suffocation people are confronted with today in China – a phenomenon, he says, that leads to increased levels of societal anxiety, confusion, and ultimately, a redefinition of necessity that exploits nature and replaces it with artificial substitutes.

Bravo JWT and One Production.

I would like to thank Hailong for his interview, patience and helpful comments.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Em Copenhaga


"Durante o dia, continuámos com as conferencias no klimaforum, desta vez abordando os limites do crescimento e desenvolvimento num planeta de recursos limitados. Mais uma vez se reforça a necessidade de uma mudança de sistema, de um corte com a politica economica actual.
À tarde, acompanhamos uma discussão sobre a divida ecologica, e muitos testemunhos na primeira pessoa de povos que sentem na pele as alterações climáticas e o sugar dos recursos naturais por parte das multinacionais.
A familia dinamarquesa que nos albergou nos primeiros dias confessa-nos que não podem mais ouvir falar em clima. Nos últimos meses, tem havido tanta publicidade em todo o lado e a toda a hora que, acabou por obstruir qualquer tipo de interesse em informação alternativa ao encontro que se realiza no Bella Center. Os habitantes de Copenhaga entendem porque vieram pessoas para as manifestações, mas temem o dia 16. Os mais velhos não entendem de todo, pois têm como garantido o "bom resultado" das decisões do COP 15. Partilhamos com eles as informações acerca dos encontros alternativos, e a reacção é a surpresa: "Mas, este homem é muito conhecido aqui!"
Assim, abrimos mais uma janela, e, pelo menos esta familia vai fazer o esforço para entender o que está por trás de toda esta loucura de publicidade.
Hopenhagen está por toda a parte, uma campanha que rapidamente se transforma em Shopenhagen no backstage. Existe um mega aproveitamento publicitário por parte das grandes multinacionais, o famoso green wash. "Somos todos pró-ambiente, pró-planeta." Há muita, muita gente zangada e ofendida."

Seguir o que se passa em Copenhaga no Projecto 270.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Causas ambientais associadas com aumento de Alzheimer

Um estudo financiado pelo Instituto Nacional de Saúde americano encontrou uma ligação significativa entre elevados níveis de nitratos no ambiente e na comida, com o aumento de mortes causadas por algumas doenças, incluindo Alzheimer, Diabetes e Parkinson. O estudo foi publicado no Journal of Alzheimer's Disease (Vol.17 (3), 2009).

Os investigadores procuravam ligações nos ratios de mortalidade causada por doenças associadas com o envelhecimento, tais como Alzheimer, Parkinson, diabetes, doenças cerebrovasculares, e também HIV. Foi assim que encontraram fortes associações entre o ratio de morte de Alzheimer, Parkinson e diabetes com o progressivo aumento de exposição humana a nitratos, nitritos e nitrosaminas através de comidas processadas e conservadas, assim como através da utlização de fertilizantes. Outras doenças incluíam HIV, doenças cerebrovasculares e leucemia, que não demonstraram qualquer associação com exposição a estas substâncias. Os autores adiantam que a exposição a estas substâncias revela um relacionamento critico na causa, no desenvolvimento e nos efeitos do aumento destas doenças insulino-dependentes.

Segundo De la Monte, a líder do estudo, "Tornámo-nos uma geração 'nitrosamina", "recebemos um aumento de exposição destas substâncias através da utilização abundante de fertilizantes, na agricultura, contendo nitratos. (...) Não só os consumimos através de produtos alimentares pré-processados, mas também por contaminação dos solos e recursos de água utilizados na irrigação, no processamento da comida e bebidas". Ela ainda comenta que "Todas estas doenças estão relacionadas com um aumento de resistência à insulina e deterioração de ADN. Os seus valores de prevalência aumentaram radicalmente nas ultimas décadas e não demonstram sinais de estabilização (ou seja, continuam a aumentar). Mas porque num período curto de tempo observámos um aumento dramático em incidência e prevalência nestas doenças, acreditamos que isto se deva a exposição ambiental e não a etiologias genéticas/mudanças genéticas" Ela reforça que "(...) é uma tendência que se verifica em todos os grupos etários, dentro de cada categoria de doença, indicando que estas tendências não estão relacionadas com uma população envelhecida".

Podem ler o resto do artigo (em inglês) aqui.

(a tradução é minha)

People never notice anything

I've just realized... how much I miss Holden.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

A partir deste Natal só estas prendas contam

O Expresso online publicou um artigo sobre prendas que mudaram vidas. Com a excepção da frase, logo no primeiro caso "Até arranjou uma namorada de 28 anos!", muito desnecessária, de carácter discriminatório, com que já nos habituámos a viver (eu não me habituo, mas sempre fui assim, não há nada a fazer) e que não tem outra função, a meu ver, senão diminuir a qualidade do texto, o resto do artigo é de facto, inspirador. As histórias são todas fascinantes, gostei particularmente das duas últimas porque mencionam instituições de voluntariado que apoiam a faixa etária que mais sofre de solidão -os idosos- um problema generalizado da actual sociedade ocidental. Realço duas instituições mencionadas no artigo:

Médicos do Mundo
Banco do Tempo

Nos Médicos do Mundo, Floripes aprendeu a ler quase aos 80 anos, o que me enche de ternura, pois pode parecer pouco, mas não é. Lembro-me da minha avó paterna que também não sabia ler, mas que até ao final dos seus dias repetia o quanto lamentava essa lacuna. Pedia-me para lhe ler pequenos textos em revistas, as caixas dos medicamentos, etc. Acho que uma das maiores alegrias da minha vida foi aprender a ler e teria sido uma das maiores alegrias da vida dela.

O Banco do Tempo é uma ideia fantástica! Baseia-se no conceito de dar e receber e reforça, assim, a entreajuda comunitária. Do que mais precisamos no mundo! Por exemplo, o Artur como exerceu durante muito tempo a profissão de treinador de voleibol, foi convidado a dar aulas de ginástica. Também ajuda outras pessoas, inscritas no Banco do Tempo, a montar móveis. Em troca requisitou serviços de alguém que percebesse de canalização. Sério, até me mudava para Portugal só para fazer parte desta fabulosa iniciativa.

"A maior prenda que recebeu foi aprender a ler. Era um sonho antigo, que nunca tinha conseguido concretizar. "O meu falecido pai não me deixou ir à escola. Dizia que as meninas não precisavam de aprender a escrever, tinham era de aprender a trabalhar. Se o meu pai me tivesse deixado ir à escola, podia ter sido alguém. Assim, não sou ninguém", diz. "Disseram-me que ali, nos Médicos do Mundo, se ensinava a ler. E eu fui. Uma professora dava aulas a cerca de dez alunos. Agora, já sei ler e escrever - não como eu queria, mas já sei. Também já sei assinar o meu nome, e até escrevi duas cartas para eles, a agradecer", conta, sorrindo. Tira uma carta com letra arrumada, o agradecimento por um passeio a Santarém (...). D. Floripes até se estreou na poesia... "Penso, na rua, pelo caminho, e quando chego a casa escrevo. Gosto muito de puxar pela cabeça, de saber o que vou escrever...".

Detalhes importantes

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Nem acredito

Que estou a fazer um post sobre culinária, os meus pais se soubessem ficariam muito orgulhosos. Ando a ver se me consigo desenrrascar na cozinha vegetariana e tive que, pela primeira vez na vida, procurar receitas. A minha irmã é que diz que a minha comida é deliciosa, porque é diferente e ninguém a faz como eu a faço. É tudo verdade, menos a parte deliciosa. Não tenho paciência para a cozinha (cozinhar leva horas intermináveis), e se um dia a coisa sai bem (por pura sorte), acreditem que não volto a repetir a façanha, pois não faço a mínima ideia como tal aconteceu. As únicas vezes que gosto da cozinha é quando cozinho com outra pessoa e divirto-me sempre. Bom, mas encontrei esta receita fácil, fácil, de sopa de lentilhas que adoro (quando é feita por outras pessoas), experimentei e até não ficou mal de todo. É claro que não faço a mínima ideia do que são "cumin seeds" (nem em inglês, nem em português, nem em alemão) e pronto fiz sem essa coisa. Experimentem, fica boa.


Indian:
How To Make Lentil Soup

Hein, este blog é só surpresas!

Adenda: já sei o que são cumin seeds (graças aos comentários, obrigada!) e a receita fica realmente mais saborosa com este acréscimo.